Salmo 66 - Hino de Ação de Graças a Deus

[Nova versão Internacional] O Salmo 66 pertence ao Livro II do Livro dos Salmos. A glória de Deus é elevada ao seu expoente máximo. O Salmista recorre às ações de Deus para louvar a sua ação e clamar pela proteção divina sobre todos os Homens de bem.

O Salmo 66 pertence ao Livro II do Livro dos Salmos, composto por uma coleção de 150 textos poéticos organizados por 5 Livros. O Livro dos Salmos, pela sua sabedoria e princípios básicos da ação do Homem, é considerado o coração do Antigo Testamento. O Livro II engloba os Salmos 42 a 72. O Salmo 66 está dividido em 20 Versículos.

Os Salmos são poemas-orações dirigidos a Deus, sendo a forma privilegiada de nos dirigirmos e falarmos com Ele. Estas orações, representam as vivências humanas e a consciência religiosa. Retratam o homem comum, com as suas falhas, inseguranças, medos e esperanças e, ainda hoje, nos podemos identificar com o Salmista e inspirarmo-nos nestes textos rezar e suplicar a Deus quando nos sentimos perdidos e angustiados ou para expressar a nossa gratidão por alguma benção recebida. 

"Há inimigos ou amigos, há a vida ou a morte, a saúde ou a doença, a dor ou a alegria e, a maior parte das vezes, não há cambiantes ou gradações. As palavras são como pedras e as poesias como penedos esculpidos a cinzel"; "Os Salmos são um pouco como os carreiros da montanha, simples, especialmente quando se caminha sobre a neve, mas que conduzem aos cumes; são carreiros em direção aos cumes do encontro com o Senhor." - Carlo Maria Martini, cardeal de Milão

Salmo 66 - Hino de Ação de Graças

1 Ao diretor. Cântico. Salmo.

Aclamai a Deus, terra inteira,

2  cantai a glória do seu nome,
dai-lhe glória e louvor!

3 Dizei a Deus: "Como são prodigiosas as tuas obras!
Pelo teu grande poder,
os teus inimigos curvam-se diante de ti.

4 Toda a terra te adora e canta,
canta hinos ao teu nome".

Pausa

5 Vinde e vede as maravilhas de Deus,
prodígios espantosos em favor dos seres humanos.

6 Transformou o mar em terra firme,
e atravessaram o rio a pé enxuto.
Por isso, nos alegramos nele.

7 Da sua fortaleza eterna governa o mundo;
os seus olhos vigiam os povos,
para que os rebeldes não se levantem contra Ele.

Pausa

8 Bendizei, ó povos, o nosso Deus;
fazei ressoar a voz do seu louvor.

9 Foi Ele que manteve a nossa alma em vida
e não permitiu que os nossos pés resvalassem.

10 Sim, Tu nos puseste à prova, ó Deus,
e nos purificaste como se purifica a prata.

11 Fizeste-nos cair na armadilha,
puseste um pesado fardo às nossas costas.

12 Deixaste que cavalgassem sobre as nossas cabeças,
passámos pelo fogo e pela água,
mas fizeste-nos sair para o reconforto.

13 Entrarei na tua casa com holocaustos,
cumprirei as promessas que te fiz.

14 São promessas que meus lábios proferiram,
palavras da minha boca, quando estava em aflição.

15 Hei de oferecer-te animais gordos em holocausto;
com o fumo dos sacrifícios de carneiros,
apresentarei novilhos e cabritos.

Pausa

16 Vinde e escutai, todos vós que temeis a Deus;
vou contar-vos aquilo que Ele fez por mim.

17 Com a minha boca clamei por Ele,
e o seu louvor estava já na minha língua.

18 Se, em meu coração, eu visse maldade,
o Senhor não me teria escutado.

19 No entanto, Deus escutou-me,
atendeu ao clamor da minha súplica.

20 Bendito seja Deus que não recusou a minha oração
nem a sua misericórdia para comigo.

Significado e Interpretação

O Salmo 66 é uma oração coletiva de ação de graças. Os prodígios de Deus são glorificados em expoente máximo (Versículos 1-7). Deus é a garantia contra os inimigos e os incorretos.

O Versículo 6 faz referência à travessia do Mar Vermelho e do Jordão para entrar na terra prometida e serve para recordar e resumir para os hebreus todo o passado prodigioso que Deus lhes providenciou.

As metáforas usadas nos Versículos 10-12 fazem parte dos recursos literários frequentes na Bíblia para descrever experiências de sofrimento e de catástrofe.

A partir do Versículo 13, o texto do Salmo é proclamado por uma só pessoa apesar de falar de temas que afetam toda a comunidade. Segundo os especialistas, esta personagem seria alguém com capacidade de continuar a representar os interesses comuns de toda a comunidade, como o rei.

Os Salmos de Súplica estão muito presentes no Livro dos Salmos. Falam da fragilidade humana e dos sentimentos mais básicos da sua condição mortal. Os tempos de paz e abundância contrastam com a guerra e a destruição individual ou da comunidade. O Salmista suplica pelo auxílio de Deus e pede-lhe que termine com a sua situação de aflição, terminando com a certeza de ter sido escutado.

Na prática espiritual, a súplica e o pedido a Deus reflete muito o sentido da oração sendo a forma privilegiada de estabelecer o contacto e elevar a voz ao Divino. Em numerosos Salmos, a súplica parece ser a motivação mais imediata e a maior preocupação. Ao dirigir-se a Deus, o orador / Salmista encontra a ternura, a justiça, a compaixão, a reconciliação, a purificação, enfim, a própria pacificação.

As narrativas e sentimentos envolvidos nestas orações são variados e básicos; afetam a Humanidade ao longo dos milénios, sendo ainda hoje atuais. Refletem multiplas vivências interiores, individuais e coletivas, e de relacionamento entre as pessoas e os povos. Abordam temas como a ameaça mortal da doença, a perseguição, o envelhecimento, a violência, a guerra, a traição, a solidão, a agressão dos inimigos e como estes sentimentos alteram a consciência que temos de nós mesmos, da relação com os outros e com Deus. 

As situações que motivam a súplica podem ser amargas e desesperadas, mas os Salmos exprimem, em geral, um estado de espírito de confiança e terminam em ação de graças. O Salmista clama por Deus, pela sua ajuda e perdão numa profunda expressão de uma confiança sem limites na compaixão e justiça divinas. O próprio grito do Salmista é já uma expressão de combate, de vontade de mudança, de transformação interior, de confiança e de esperança num futuro livre do mal, do sofrimento e dos ímpios.

Os Salmos de Súplica são classificados como súplica individual e súplica coletiva. Os de Súplica Individual compreendem os Sl 3; 5-7; 13; 17; 22; 26; 27; 28; 31; 35; 39; 42-43; 51; 54-57; 59; 61; 63; 64; 69-71; 88; 102; 109; 120; 130; 140-143. e os de Súplica Coletiva os Sl 12; 44; 58; 60; 74; 80; 83; 85; 90; 94; 108; 123; 127.

O Livro dos Salmos

A Alegria e Felicidade dos Justos em Comunhão com Deus

Os Salmos são poemas-orações dirigidos a Deus, sendo a forma privilegiada de nos dirigirmos e falarmos com Ele. Retratando o homem comum, com as suas falhas, inseguranças, medos e esperanças, ainda hoje nos podemos identificar com o Salmista e inspirarmo-nos nos Salmos para fazer orações e súplicas a Deus em tempos de angústia ou expressar a nossa gratidão por alguma benção recebida.

Os Salmos, apesar de escritos na Antiguidade ainda hoje comovem, sensibilizam, despertam sentimentos, inspiram e encantam. Neles, podemos identificar angústias e alegrias, sentimentos profundamente humanos, louvores, suplicas, ensinamentos da reflexão da sabedoria espiritual e palavras proféticas.

Escritos para situações distintas, alguns Salmos são intimistas, revelando a relação pessoal do autor com Deus; outros apresentam orientações e conselhos para a vida, outros são composições para eventos litúrgicos específicos, como rituais e peregrinações.

O Livro dos Salmos é composto por uma coleção de 150 textos poéticos e está dividido em cinco partes, denominadas Livros ou Livretes Sálmicos. Cada Livro é encerrado com breves hinos de louvor a Deus. A divisão em cinco partes era considerada como tendo correspondência com os cinco livros de Moisés e presume-se que cada passagem do Pentateuco (cinco primeiros livros da Bíblia, chamado Torá pelos Judeus), era lida em paralelo com o Salmo que lhe correspondia. As suas formas principais são lamentação, súplica, louvor e gratidão.

O Poder da Oração no Diálogo com o Divino

Os Salmos elevam os nossos pensamentos até ao Divino e a oração é o poder da palavra. A oração é a linguagem da fé. Qualquer pensamento, palavra ou imagem dirigido a Deus chama-se oração. É através dela que entramos em contacto com o nosso Deus interior e, por isso, é tão poderosa na transformação da vida. A oração pode produzir milagres, transformar o sonho em realidade, dá-nos a esperança da mudança, da harmonia e da paz connosco e com o mundo.

Cada Salmo tem uma intenção que nos ajuda a meditar e a caminhar ao lado do nosso Deus. Para muitos teólogos, o Livro de Salmos tem um tom profético ou messiânico pois os seus versos referem-se à vinda de Cristo até ao mundo dos homens para os guiar através da incerteza e das dúvidas da existência Humana. 

A oração tem o poder de nos ligar ao Universo Espiritual de modo pleno, honesto, sincero, consciente, com o propósito de autoproteção espiritual, proteção da família e daqueles que nos são queridos, para ter paz mental, espiritual e física, para obter prosperidade e êxito, proteger a saúde e as relações, afastar as energias negativas e, sobretudo, para nos ligar a algo maior do que nós. Desta paz, resulta bem estar, esperança e bondade perante todos e todas as coisas. 

A pode mudar a nossa vida. Dá-nos tranquilidade e força espiritual para enfrentar os desafios. Ajuda-nos a meditar sobre a nossa missão de vida e a criar um ambiente equilibrado e saudável para nós e para aqueles que amamos. Quando orar, encha o seu coração de amor e determinação. Os Salmos irão guiá-lo por um caminho de paz e de comunhão com a energia superior.