Salmo 136 - Hino de Ação de Graças

[Nova versão Internacional] O Salmo 136 pertence ao Livro V do Livro dos Salmos. Este Salmo é chamado o "grande Hallel" e cantado na Páscoa pelos judeus.

Salmo 136 pertence ao Livro V do Livro dos Salmos, que é composto por uma coleção de 150 textos poéticos organizados por 5 Livros. O Livro dos Salmos, pela sua sabedoria e princípios básicos da ação do Homem, é considerado o coração do Antigo Testamento. O Livro V engloba os Salmos 107 a 150. O Salmo 136 está dividido em 26 Versículos.

Os Salmos são poemas-orações dirigidos a Deus, sendo a forma privilegiada de nos dirigirmos e falarmos com Ele. Estas orações, representam as vivências humanas e a consciência religiosa. Retratam o homem comum, com as suas falhas, inseguranças, medos e esperanças e, ainda hoje, nos podemos identificar com o Salmista e inspirarmo-nos nestes textos rezar e suplicar a Deus quando nos sentimos perdidos e angustiados ou para expressar a nossa gratidão por alguma benção recebida.

"Há inimigos ou amigos, há a vida ou a morte, a saúde ou a doença, a dor ou a alegria e, a maior parte das vezes, não há cambiantes ou gradações. As palavras são como pedras e as poesias como penedos esculpidos a cinzel"; "Os Salmos são um pouco como os carreiros da montanha, simples, especialmente quando se caminha sobre a neve, mas que conduzem aos cumes; são carreiros em direção aos cumes do encontro com o Senhor." - Carlo Maria Martini, cardeal de Milão

Salmo 136 - Hino de Ação de Graças

1 Dai graças ao Senhor, porque Ele é bom,
porque é eterna a sua misericórdia!

2 Dai graças ao Deus dos deuses,
porque é eterna a sua misericórdia!

3 Dai graças ao Senhor dos senhores,
porque é eterna a sua misericórdia!

4 Pois só Ele faz grandes maravilhas,
porque é eterna a sua misericórdia!

5 Ele fez os céus com sabedoria,
porque é eterna a sua misericórdia!

6 Estendeu a terra sobre as águas,
porque é eterna a sua misericórdia!

7 Fez os grandes luzeiros,
porque é eterna a sua misericórdia!

8 Fez o Sol para governar o dia,
porque é eterna a sua misericórdia!

9 Fez a Lua e as estrelas para governar a noite,
porque é eterna a sua misericórdia!

10 Ele atingiu o Egito nos seus primogénitos,
porque é eterna a sua misericórdia!

11 Fez sair Israel do meio dos egípcios,
porque é eterna a sua misericórdia!

12 Atuou com mão forte e braço estendido,
porque é eterna a sua misericórdia!

13 Dividiu o Mar Vermelho em duas partes,
porque é eterna a sua misericórdia!

14 Fez passar Israel pelo meio do mar,
porque é eterna a sua misericórdia!

15 E precipitou o faraó e o seu exército no Mar Vermelho,
porque é eterna a sua misericórdia!

16 Fez caminhar o seu povo pelo deserto,
porque é eterna a sua misericórdia!

17 Ele atingiu grandes reis,
porque é eterna a sua misericórdia!

18 E deu morte a reis poderosos,
porque é eterna a sua misericórdia!

19 Seon, rei dos amorreus,
porque é eterna a sua misericórdia!

20 E Og, rei de Basan,
porque é eterna a sua misericórdia!

21 E deu a terra deles como herança,
porque é eterna a sua misericórdia!

22 Como herança a Israel, seu servo,
porque é eterna a sua misericórdia!

23 Pois lembrou-se de nós, na nossa pequenez,
porque é eterna a sua misericórdia!

24 E livrou-nos dos nossos inimigos,
porque é eterna a sua misericórdia!

25 Ele dá alimento a todos os seres vivos,
porque é eterna a sua misericórdia!

26 Dai graças ao Deus dos céus,
porque é eterna a sua misericórdia!

Significado e Interpretação

O Salmo 136 é mais um hino de louvor a Deus, onde a marca de enquadramento litúrgico se nota sobretudo no refrão que compõe a segunda metade de cada Versículo. Os temas regressam aos lugares clássicos da história teológica dos israelitas, tratando da criação do universo e recapitulando, com grande pormenor, o itinerário que vai do Egito à entrada em Canaã, que já aparecia em esboço no Salmo anterior (Sl 135,10-14).

Com o seu estilo de grande solenidade, este Salmo é chamado o «grande Hallel» (hino de louvor) e é cantado pelos judeus na festa da Páscoa. Em conclusão, são recapituladas as razões mais práticas, pelas quais é de primeiro interesse para os humanos dar louvor a Deus.

Os Salmos de Louvor são hinos endereçados, sobretudo, a Deus. Nesse sentido, a Bíblia dá continuidade à literatura litúrgica das religiões vizinhas e anteriores, onde os hinos são a forma mais habitual dos povos se dirigirem à divindade, sobretudo em contextos de maior solenidade. 

Estes Salmos tinham grande importância na vida dos heróis bíblicos. A pregação da palavra dos profetas ou o ensinamento da reflexão de sabedoria aparece estreitamente ligada à ação cultural do povo de Israel. Exprimem, de modo solene e simples, o reconhecimento do crente à presença eficaz do Deus que salva o seu povo, pois Ele é misericórdia que dura para sempre; é refúgio para os perigos da vida; é júbilo e alegria; é prosperidade que alimenta o seu povo; é luz nos momentos de trevas e salvação na Terra e na vida eterna.

Os textos do Livro dos Salmos oscilam ente grito e louvor, súplica e júbilo. Talvez os seus autores tenham compreendido que o Homem só pode exprimir perante Deus as suas súplicas, lamentos ou sede de vingança, se estiver embrenhado no espírito do louvor que canta a vida mais forte do que a morte. Talvez, para além do grito, do lamento ou da raiva, tenham percebido que o que move tais palavras nada mais é senão aquela força de vida que explode em louvor quando sai da violência ou quando atravessa a morte.

Estes hinos narram, assim, as grandezas ou benfeitorias e o agradecimento que daí decorre. Exemplos disso são os Sl 8; 19; 28; 33; 47; 65-66; 93; 96-100; 104-105; 111; 113; 117; 135; 146; 148-150. Os hinos também podem ser dirigidos ao rei, focando especialmente a cerimónia da entronização real, com toda a expectativa de intervenção divina para o bem-estar do povo e o ordenamento justo do mundo. Neste caso, os Salmos eram executados em festas da corte, na presença do rei, em comemorações por vitória sobre os inimigos, entre outros. Alguns exemplos são os Sl 2; 18; 20; 21; 27; 51; 60; 61.

Com o fim da monarquia, estes Salmos foram acentuando as conotações messiânicas, que já antes tinham implícitas. É o caso dos Sl 2; 18; 20-21; 45; 72; 89; 101; 110; 132; 144. São ainda considerados hinos os Salmos que celebram Jerusalém, que com o templo apresenta uma especial ligação a Deus. São os Sl 46; 48; 76; 84; 87; 122.

O Livro dos Salmos

A Alegria e Felicidade dos Justos em Comunhão com Deus

Os Salmos são poemas-orações dirigidos a Deus, sendo a forma privilegiada de nos dirigirmos e falarmos com Ele. Retratando o homem comum, com as suas falhas, inseguranças, medos e esperanças, ainda hoje nos podemos identificar com o Salmista e inspirarmo-nos nos Salmos para fazer orações e súplicas a Deus em tempos de angústia ou expressar a nossa gratidão por alguma benção recebida.

Os Salmos, apesar de escritos na Antiguidade ainda hoje comovem, sensibilizam, despertam sentimentos, inspiram e encantam. Neles, podemos identificar angústias e alegrias, sentimentos profundamente humanos, louvores, suplicas, ensinamentos da reflexão da sabedoria espiritual e palavras proféticas.

Escritos para situações distintas, alguns Salmos são intimistas, revelando a relação pessoal do autor com Deus; outros apresentam orientações e conselhos para a vida, outros são composições para eventos litúrgicos específicos, como rituais e peregrinações.

O Livro dos Salmos é composto por uma coleção de 150 textos poéticos e está dividido em cinco partes, denominadas Livros ou Livretes Sálmicos. Cada Livro é encerrado com breves hinos de louvor a Deus. A divisão em cinco partes era considerada como tendo correspondência com os cinco livros de Moisés e presume-se que cada passagem do Pentateuco (cinco primeiros livros da Bíblia, chamado Torá pelos Judeus), era lida em paralelo com o Salmo que lhe correspondia. As suas formas principais são lamentação, súplica, louvor e gratidão.

O Poder da Oração no Diálogo com o Divino

Os Salmos elevam os nossos pensamentos até ao Divino e a oração é o poder da palavra. A oração é a linguagem da fé. Qualquer pensamento, palavra ou imagem dirigido a Deus chama-se oração. É através dela que entramos em contacto com o nosso Deus interior e, por isso, é tão poderosa na transformação da vida. A oração pode produzir milagres, transformar o sonho em realidade, dá-nos a esperança da mudança, da harmonia e da paz connosco e com o mundo.

Cada Salmo tem uma intenção que nos ajuda a meditar e a caminhar ao lado do nosso Deus. Para muitos teólogos, o Livro de Salmos tem um tom profético ou messiânico pois os seus versos referem-se à vinda de Cristo até ao mundo dos homens para os guiar através da incerteza e das dúvidas da existência Humana. 

A oração tem o poder de nos ligar ao Universo Espiritual de modo pleno, honesto, sincero, consciente, com o propósito de autoproteção espiritual, proteção da família e daqueles que nos são queridos, para ter paz mental, espiritual e física, para obter prosperidade e êxito, proteger a saúde e as relações, afastar as energias negativas e, sobretudo, para nos ligar a algo maior do que nós. Desta paz, resulta bem estar, esperança e bondade perante todos e todas as coisas. 

A pode mudar a nossa vida. Dá-nos tranquilidade e força espiritual para enfrentar os desafios. Ajuda-nos a meditar sobre a nossa missão de vida e a criar um ambiente equilibrado e saudável para nós e para aqueles que amamos. Quando orar, encha o seu coração de amor e determinação. Os Salmos irão guiá-lo por um caminho de paz e de comunhão com a energia superior.