O Salmo 101 pertence ao Livro IV do Livro dos Salmos, que é composto por uma coleção de 150 textos poéticos organizados por 5 Livros. O Livro dos Salmos, pela sua sabedoria e princípios básicos da ação do Homem, é considerado o coração do Antigo Testamento. O Livro IV engloba os Salmos 90 a 106. O Salmo 101 está dividido em 8 Versículos.
Os Salmos são poemas-orações dirigidos a Deus, sendo a forma privilegiada de nos dirigirmos e falarmos com Ele. Estas orações, representam as vivências humanas e a consciência religiosa. Retratam o homem comum, com as suas falhas, inseguranças, medos e esperanças e, ainda hoje, nos podemos identificar com o Salmista e inspirarmo-nos nestes textos rezar e suplicar a Deus quando nos sentimos perdidos e angustiados ou para expressar a nossa gratidão por alguma benção recebida.
"Há inimigos ou amigos, há a vida ou a morte, a saúde ou a doença, a dor ou a alegria e, a maior parte das vezes, não há cambiantes ou gradações. As palavras são como pedras e as poesias como penedos esculpidos a cinzel"; "Os Salmos são um pouco como os carreiros da montanha, simples, especialmente quando se caminha sobre a neve, mas que conduzem aos cumes; são carreiros em direção aos cumes do encontro com o Senhor." - Carlo Maria Martini, cardeal de Milão
Índice
Salmo 101 - Guia de Conduta do Rei Ideal
1 De David. Salmo.
Quero cantar a misericórdia e a justiça.
Para ti, Senhor, dirijo o meu canto.
2 Quero compreender bem o caminho da honestidade.
Quando virás ao meu encontro?
Caminharei na integridade do meu coração,
no interior da minha casa.
3 Não porei diante dos meus olhos coisas indignas;
odeio os que praticam perversidades,
não se hão de ligar a mim.
4 O coração perverso ficará longe de mim;
não quero saber do homem mau.
5 Aquele que em segredo difama o seu próximo,
reduzi-lo-ei ao silêncio.
O que tem olhar altivo e coração ambicioso,
esse eu não suportarei.
6 Os meus olhos estão com a gente fiel da terra,
para poder habitar comigo.
Aquele que segue pelo caminho da honestidade,
esse estará ao meu serviço.
7 Dentro da minha casa não habitará
aquele que comete o engano.
Aquele que profere mentiras
não se aguentará diante dos meus olhos.
8 Cada manhã, reduzirei ao silêncio
todos os malfeitores da terra,
para eliminar da cidade do Senhor
todos os que praticam a iniquidade.
Significado e Interpretação
O Salmo 101 é considerado por muitos especialistas como sendo um Salmo real, apesar de nenhuma das suas expressões estar exclusivamente ligada aos temas da realeza. O que o Salmo apresenta é uma espécie de declaração de princípios destinados a guiar a conduta do rei como figura central e como modelo para o comportamento coletivo.
Esta oração tinha provavelmente lugar numa cerimónia litúrgica e poderia até representar um juramento que o rei deveria fazer no dia da sua entronização. Por isto e porque o texto contém ressonâncias de definição para uma sociedade ideal, este Salmo aproxima-se dos horizontes do messianismo.
Os Salmos Proféticos ou Salmos Régios são orações de louvor ao rei, afirmações do favor de Deus ao rei, orações pelo rei, oráculos reais e descrições da retidão e piedade devidas à figura que tem a responsabilidade de governar o povo.
Estes Salmos eram executados em festas da corte, na presença do rei, em comemorações de vitória sobre um inimigo, entre outras ocasiões que envolviam o governo. Muitas vezes, o texto remete para uma nota messiânica onde certos comportamentos podem levar a determinados desenlaces.
Os Salmos Proféticos reforçam a santidade de Deus, criador de tudo o que existe entre o céu e a terra. Também recordam a sua misericórdia e eterna justiça e a importância de mostrar a sua face ao crente e aos povos. A sua ação oferece um guia de comportamento não só para os indivíduos mas, também, para quem tem a responsabilidade de governar e de aplicar a justiça.
O Livro dos Salmos
- Livro I - 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41
- Livro II - 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51 52 53 54 55 56 57 58 59 60 61 62 63 64 65 66 67 68 69 70 71 72
- Livro III - 73 74 75 76 77 78 79 80 81 82 83 84 85 86 87 88 89
- Livro IV - 90 91 92 93 94 95 96 97 98 99 100 101 102 103 104 105 106
- Livro V - 107 108 109 110 111 112 113 114 115 116 117 118 119 120 121 122 123 124 125 126 127 128 129 130 131 132 133 134 135 136 137 138 139 140 141 142 143 144 145 146 147 148 149 150
A Alegria e Felicidade dos Justos em Comunhão com Deus
Os Salmos são poemas-orações dirigidos a Deus, sendo a forma privilegiada de nos dirigirmos e falarmos com Ele. Retratando o homem comum, com as suas falhas, inseguranças, medos e esperanças, ainda hoje nos podemos identificar com o Salmista e inspirarmo-nos nos Salmos para fazer orações e súplicas a Deus em tempos de angústia ou expressar a nossa gratidão por alguma benção recebida.
Os Salmos, apesar de escritos na Antiguidade ainda hoje comovem, sensibilizam, despertam sentimentos, inspiram e encantam. Neles, podemos identificar angústias e alegrias, sentimentos profundamente humanos, louvores, suplicas, ensinamentos da reflexão da sabedoria espiritual e palavras proféticas.
Escritos para situações distintas, alguns Salmos são intimistas, revelando a relação pessoal do autor com Deus; outros apresentam orientações e conselhos para a vida, outros são composições para eventos litúrgicos específicos, como rituais e peregrinações.
O Livro dos Salmos é composto por uma coleção de 150 textos poéticos e está dividido em cinco partes, denominadas Livros ou Livretes Sálmicos. Cada Livro é encerrado com breves hinos de louvor a Deus. A divisão em cinco partes era considerada como tendo correspondência com os cinco livros de Moisés e presume-se que cada passagem do Pentateuco (cinco primeiros livros da Bíblia, chamado Torá pelos Judeus), era lida em paralelo com o Salmo que lhe correspondia. As suas formas principais são lamentação, súplica, louvor e gratidão.
- Livro I - Salmos 1 a 41
- Livro II - Salmos 42 a 72
- Livro III - Salmos 73 a 89
- Livro IV - Salmos 90 a 106
- Livro V - Salmos 107 a 150
O Poder da Oração no Diálogo com o Divino
Os Salmos elevam os nossos pensamentos até ao Divino e a oração é o poder da palavra. A oração é a linguagem da fé. Qualquer pensamento, palavra ou imagem dirigido a Deus chama-se oração. É através dela que entramos em contacto com o nosso Deus interior e, por isso, é tão poderosa na transformação da vida. A oração pode produzir milagres, transformar o sonho em realidade, dá-nos a esperança da mudança, da harmonia e da paz connosco e com o mundo.
Cada Salmo tem uma intenção que nos ajuda a meditar e a caminhar ao lado do nosso Deus. Para muitos teólogos, o Livro de Salmos tem um tom profético ou messiânico pois os seus versos referem-se à vinda de Cristo até ao mundo dos homens para os guiar através da incerteza e das dúvidas da existência Humana.
A oração tem o poder de nos ligar ao Universo Espiritual de modo pleno, honesto, sincero, consciente, com o propósito de autoproteção espiritual, proteção da família e daqueles que nos são queridos, para ter paz mental, espiritual e física, para obter prosperidade e êxito, proteger a saúde e as relações, afastar as energias negativas e, sobretudo, para nos ligar a algo maior do que nós. Desta paz, resulta bem estar, esperança e bondade perante todos e todas as coisas.
A fé pode mudar a nossa vida. Dá-nos tranquilidade e força espiritual para enfrentar os desafios. Ajuda-nos a meditar sobre a nossa missão de vida e a criar um ambiente equilibrado e saudável para nós e para aqueles que amamos. Quando orar, encha o seu coração de amor e determinação. Os Salmos irão guiá-lo por um caminho de paz e de comunhão com a energia superior.