Runa Fehu: Letra F - Prosperidade, Valor, Estatuto

A Runa Fehu significa gado, riqueza. Representa o fluxo dos bens materiais, da riqueza e da prosperidade. Pertence ao Aett de Frey que representa a viagem desde a criação do Cosmos até ao dom da orden divina do Universo.

A Runa Fehu ou Feoh, que significa "Gado", inicia o futhark Aett de Frey que termina com a Runa Wunjo, "Alegria". Fehu é a Runa da riqueza material. Representa o estatuto social que advém das trocas comerciais e das posses materiais. Fehu, também sugere uma noção de responsabilidade uma vez que a riqueza pode exigir sacrifícios: justificar-se-á o preço pessoal que paga pelo sucesso e pela prosperidade? Quando trabalha ou investe arduamente para conquistar as suas metas e objetivos, garanta que isso lhe irá proporcionar crescimento pessoal. Também representa a ajuda generosa, a partilha da fortuna com as outras pessoas.

A Runa Fehu

  • Nome da Runa: FEHU, FEOH
  • Conjunto de Oito Runas: Aett de Frey
  • Som da Letra: F
  • Significado: Gado
  • Significado Divinatório: Riqueza
  • Mitologia Nórdica: Fehu é associado a Audumbla, a vaca primeva, um ser primordial, símbolo da abundância
  • Interpretação: Prosperidade, valor, estatuto, poder, força criativa
  • Conceitos Chave: Mobilidade, origens, riqueza, sorte, carisma, condições iniciais, bagagem, dívida, propriedade, liberdade, não violência
  • Cartas de Tarot: III A Imperatriz, IV O Imperador
  • Significado Invertido: Preocupações financeiras, perda de valor
  • Árvore: Sabugueiro
  • Cor: Vermelho-claro
  • Erva: Urtiga
  • Pedra: Ágata-mosqueada

Fehu no Sistema Rúnico

O estudo das Runas mostra-nos que, para os povos antigos, o gado representava a riqueza mas também representava a ideia de que a nossa própria posição, de acordo com a riqueza com que nascemos, nos mostra que não somos assim tão diferentes dos outros. Fazemos parte de um rebanho, onde existem sempre pressões e expectativas que nos são colocadas pelos outros e pelo meio em que nascemos.

Contudo, o Homem sempre procurou a sua individualidade, movida pelo desejo de liberdade, de ser único, de traçar o seu próprio destino. No início, somos apenas mais uma pessoa mas, ao longo da vida, queremos ser diferentes dos outros. Para o sistema rúnico, cada um de nós deve aceitar este ponto de partida e lutar pelo seu destino consciente desta realidade.

Assim, para iniciar o caminho das Runas, temos que ter a consciência de quem somos, das nossas circunstâncias pessoais, da sorte que tivemos ou não e seguir a partir dai. Quando começamos a ter consciência da nossa individualidade, ou do desejo de a conquistar, também percebemos que carregamos uma bagagem que não é nossa. Que foi herdada. Essa herança coloca-nos entraves ou obstáculos que nos impedem, ou dificultam, os objetivos que traçamos para as nossas próprias vidas.

A sorte é um tipo de habilidade inata que nos permite lidar com a desordem. Com aquilo que é herdamos e com as expectativas dos outros sobre nós e com aquilo que queremos ser ou com o tipo de vida que queremos construir para nós. A uma determinada altura, cada um de nós não quer manter-se apenas como mais uma ovelha no rebanho mas ser um ser único e individual. As Runas fazem parte desse sistema de autodescoberta, da tomada de consciência de que não somos apenas mais um igual, no meio de tantos outros semelhantes. Queremos quebrar os condicionamentos que nos foram impostos e assumir o controle das nossas vidas. Queremos ser donos do nosso próprio destino.

No sistema rúnico, esta sorte inicial, herdada, é um poder conhecido como “Hamingja”. Este tipo de carisma é fortalecido pela procura da verdade. Este "carisma" é o primeiro traço que emerge dentro de cada pessoa e que tem o potencial de influenciar a nossa sorte. O "carisma" é, assim, a capacidade de nos adaptarmos e explorarmos situações sociais rapidamente.

A riqueza nunca deve ser acumulada, mas antes usada em benefício de todos.

A magia de influenciar a nossa sorte depende da capacidade de cada um de usar a sua sorte para construir, de modo consciente, as suas condições iniciais. Quanto mais construímos e trabalhamos sobre as nossas condições iniciais, a nossa herança, melhor será a nossa "sorte". A sorte vem de dentro. O acaso vem de fora, é-nos externo. A vida que desejamos tem de ser construída por nós, todos os dias, nas metas que traçamos, nas relações que estabelecemos com os outros e nas ações que tomamos para construir o nosso próprio caminho e destino.

A riqueza individual pode ser definida de várias maneiras e, cada pessoa, tem a sua própria definição para a "riqueza". Para a maioria das pessoas, traduz-se em dinheiro, em capacidade económica, em posses. Para outras, a "riqueza" vem do espírito, da capacidade de viver em harmonia consigo própria e com os outros. De entender o seu papel no conjunto maior e de cumprir o seu projeto de vida, seja ele qual for. Para estas, o dinheiro é um assunto trivial.

Interpretação do Significado da Runa

A Runa Fehu desafia-nos a pensar de forma diferente sobre a riqueza, sobre o conceito de propriedade e dívida. A propriedade pode ser vista como uma forma de separar em vez de unificar ao despertar emoções negativas nas pessoas que geram lutas, quezílias e fraturas entre as pessoas e entre as nações.

Quando a vida gira em torno do dinheiro, tudo o que fazemos tem um preço. Nada é obtido de graça. Todavia, ter mais dinheiro e acumular mais bens materiais não significa conquistar a liberdade individual. O que possuímos acaba por definir quem somos enquanto pessoa, para nós e para os outros. Isto pode tornar-se num sentimento de vazio, de frustração e de pouca utilidade espiritual.

Segundo a Runa Fehu, a verdadeira riqueza é um tipo de liberdade. A propriedade e o dinheiro são meras ilusões. Quando conseguimos encarar a riqueza como liberdade, dá-mos um passo fundamental para sair do rebanho. Para recomeçar uma nova vida a qualquer momento, em qualquer lugar. Todos os dias representam um novo começo. Cada minuto conta.

A primeira coisa a fazer no caminho da liberdade individual é libertarmo-nos do nosso passado limitador, da bagagem que nos foi imposta ou que fomos acumulando ao longo da vida. Da nossa dívida. É começar do zero, recriando a maior parte das nossas condições iniciais, o ponto de partida. Este recomeçar, este é um dos segredos da Runa Fehu.

A energia da Runa Fehu flui da dependência do rebanho em direção à independência enquanto indivíduo. Quando procuramos tal independência, este movimento dá-se quer dentro de nós quer na forma como nos relacionamos e influenciamos os outros e o mundo. para fora, para o mundo. No final do Primeiro Aett (o Aett de Frey), com a Runa Wunjo, levamos a alegria desta liberdade às comunidades humanas, de forma generosa, sem violência, contribuindo para a geração de um novo ciclo de riqueza autêntica.

O Aett de Frey - Criação e Produtividade

Frey é o deus nórdico da virilidade, do início e da prosperidade. As oito primeiras Runas de Frey são uma viagem de criação, desde o começo do Cosmos com Fehu, até terminar com Wunjo, o dom da ordem divina do Universo. O aett de Frey é constituído pelas Runas: Fehu, Uruz, Thurisaz, Ansuz, Raido, Kaunaz, Gebo, Wunjo.

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