Salmo 50 - O Verdadeiro Sacrifício e o Espírito da Fé

[Nova versão Internacional] O Salmo 50 pertence ao Livro II do Livro dos Salmos. Esta oração é uma meditação sobre o cumprimento da lei e da aliança divinas e à graça de Deus que domina sobre o mundo dos Homens.

O Salmo 50 pertence ao Livro II do Livro dos Salmos, composto por uma coleção de 150 textos poéticos organizados por 5 Livros. O Livro dos Salmos, pela sua sabedoria e princípios básicos da ação do Homem, é considerado o coração do Antigo Testamento. O Livro II engloba os Salmos 42 a 72. O Salmo 50 está dividido em 23 Versículos.

Os Salmos são poemas-orações dirigidos a Deus, sendo a forma privilegiada de nos dirigirmos e falarmos com Ele. Estas orações, representam as vivências humanas e a consciência religiosa. Retratam o homem comum, com as suas falhas, inseguranças, medos e esperanças e, ainda hoje, nos podemos identificar com o Salmista e inspirarmo-nos nestes textos rezar e suplicar a Deus quando nos sentimos perdidos e angustiados ou para expressar a nossa gratidão por alguma benção recebida. 

"Há inimigos ou amigos, há a vida ou a morte, a saúde ou a doença, a dor ou a alegria e, a maior parte das vezes, não há cambiantes ou gradações. As palavras são como pedras e as poesias como penedos esculpidos a cinzel"; "Os Salmos são um pouco como os carreiros da montanha, simples, especialmente quando se caminha sobre a neve, mas que conduzem aos cumes; são carreiros em direção aos cumes do encontro com o Senhor." - Carlo Maria Martini, cardeal de Milão

Salmo 50 - O Verdadeiro Sacrifício

1 Salmo. De Asaf.

O Senhor, Deus dos deuses, falou
e convocou a terra, do nascer ao pôr do Sol.

2 Desde Sião, repleta de beleza,
Deus se manifesta com esplendor.

3 O nosso Deus virá e não ficará calado.
À sua frente vem um fogo devorador
e à sua volta, a imensa tempestade.

4 Do alto, Deus convoca os céus e a terra,
para fazer o julgamento do seu povo:

5 "Reúnam-se junto a mim os que me são fiéis,
que fizeram aliança comigo com um sacrifício".

6 Os céus proclamam a sua justiça,
pois o próprio Deus é o juiz.
Pausa

7 "Escuta, meu povo, que Eu vou falar,
Israel, vou chamar-te a julgamento.
Eu sou Deus, o teu Deus.

8 Não é pelos teus sacrifícios que Eu te repreendo;
os teus holocaustos estão sempre diante de mim.

9 Não exijo os novilhos da tua casa,
nem os cabritos dos teus currais.

10 Pois são minhas todas as feras dos bosques
e os animais dos montes aos milhares.

11 Conheço todas as aves das montanhas,
e os bichos do campo são-me familiares.

12 Se tivesse fome não to diria,
porque meu é o mundo e tudo o que o preenche.

13 Será que Eu vou comer a carne dos touros
ou beber o sangue dos cabritos?

14 Oferece a Deus um sacrifício de louvor
e cumpre as tuas promessas feitas ao Altíssimo.

15 Invoca-me no dia da tribulação;
Eu te livrarei e tu me glorificarás".

16 Ao malfeitor, porém, Deus diz:
"Que mais te dá repetires tanto os meus preceito
se trazer sempre na boca a minha aliança?

17 Pois tu detestas a disciplina
e atiras as minhas palavras para trás das costas.

18 Quando vês um ladrão, associas-te com ele
e fazes sociedade com os adúlteros.

19 A tua boca espalha o mal,
e a tua língua tece enganos.

20 Sentas-te a falar contra o teu irmão
e difamas o filho da tua própria mãe.

21 Fizeste tudo isto e Eu poderia ficar calado?
Achavas que Eu seria mesmo igual a ti?
Vou repreender-te e expor tudo diante dos teus olhos.

22 Compreendei bem isto, vós que esqueceis a Deus,
para Eu não vos despedaçar, sem haver quem vos livre.

23 O que oferece sacrifícios de louvor, é esse que me honra;
e aí está o caminho, por onde lhe farei ver a salvação de Deus".

Significado e Interpretação

O Salmo 50 pertence ao género da exortação profética; constitui uma espécie de homilia sobre o cumprimento da lei e da aliança. Como noutros casos de meditação profético-sapiencial, esta reflexão está enquadrada num contexto litúrgico.

Este Salmo também refere que não são os rituais que têm maior valor. Aquilo que realmente vale é o espírito com que esses atos são vividos. O Salmo lembra a mais autêntica pregação dos profetas e de como a fé permite viver a verdadeira palavra de Deus.

Todos os povos serão testemunhas do julgamento de Deus e da sua graça, não apenas o povo de Israel.

Os Salmos Sapienciais analisam o comportamento humano, as opções éticas e as suas consequências. Ao mesmo tempo, são uma meditação sobre o que anda implicado nas orientações religiosas de vida e pensamento. 

Estes temas aparecem nos Sl 1; 14; 34; 36; 37; 39; 49; 53; 73; 74. O Sl 119 poderia ser considerado um tratado sapiencial, nos moldes de uma longa meditação sobre a lei de Deus. 

O Livro dos Salmos

A Alegria e Felicidade dos Justos em Comunhão com Deus

Os Salmos são poemas-orações dirigidos a Deus, sendo a forma privilegiada de nos dirigirmos e falarmos com Ele. Retratando o homem comum, com as suas falhas, inseguranças, medos e esperanças, ainda hoje nos podemos identificar com o Salmista e inspirarmo-nos nos Salmos para fazer orações e súplicas a Deus em tempos de angústia ou expressar a nossa gratidão por alguma benção recebida.

Os Salmos, apesar de escritos na Antiguidade ainda hoje comovem, sensibilizam, despertam sentimentos, inspiram e encantam. Neles, podemos identificar angústias e alegrias, sentimentos profundamente humanos, louvores, suplicas, ensinamentos da reflexão da sabedoria espiritual e palavras proféticas.

Escritos para situações distintas, alguns Salmos são intimistas, revelando a relação pessoal do autor com Deus; outros apresentam orientações e conselhos para a vida, outros são composições para eventos litúrgicos específicos, como rituais e peregrinações.

O Livro dos Salmos é composto por uma coleção de 150 textos poéticos e está dividido em cinco partes, denominadas Livros ou Livretes Sálmicos. Cada Livro é encerrado com breves hinos de louvor a Deus. A divisão em cinco partes era considerada como tendo correspondência com os cinco livros de Moisés e presume-se que cada passagem do Pentateuco (cinco primeiros livros da Bíblia, chamado Torá pelos Judeus), era lida em paralelo com o Salmo que lhe correspondia. As suas formas principais são lamentação, súplica, louvor e gratidão.

O Poder da Oração no Diálogo com o Divino

Os Salmos elevam os nossos pensamentos até ao Divino e a oração é o poder da palavra. A oração é a linguagem da fé. Qualquer pensamento, palavra ou imagem dirigido a Deus chama-se oração. É através dela que entramos em contacto com o nosso Deus interior e, por isso, é tão poderosa na transformação da vida. A oração pode produzir milagres, transformar o sonho em realidade, dá-nos a esperança da mudança, da harmonia e da paz connosco e com o mundo.

Cada Salmo tem uma intenção que nos ajuda a meditar e a caminhar ao lado do nosso Deus. Para muitos teólogos, o Livro de Salmos tem um tom profético ou messiânico pois os seus versos referem-se à vinda de Cristo até ao mundo dos homens para os guiar através da incerteza e das dúvidas da existência Humana. 

A oração tem o poder de nos ligar ao Universo Espiritual de modo pleno, honesto, sincero, consciente, com o propósito de autoproteção espiritual, proteção da família e daqueles que nos são queridos, para ter paz mental, espiritual e física, para obter prosperidade e êxito, proteger a saúde e as relações, afastar as energias negativas e, sobretudo, para nos ligar a algo maior do que nós. Desta paz, resulta bem estar, esperança e bondade perante todos e todas as coisas. 

A pode mudar a nossa vida. Dá-nos tranquilidade e força espiritual para enfrentar os desafios. Ajuda-nos a meditar sobre a nossa missão de vida e a criar um ambiente equilibrado e saudável para nós e para aqueles que amamos. Quando orar, encha o seu coração de amor e determinação. Os Salmos irão guiá-lo por um caminho de paz e de comunhão com a energia superior.