Salmo 49 - Vaidade das Riquezas e o Destino da Morte

[Nova versão Internacional] O Salmo 49 pertence ao Livro II do Livro dos Salmos. Nesta oração, o salmista reflete sobre sentido dos bens terrenos, da prosperidade e do bem-estar considerando que, a pobres e ricos, aguarda o mesmo destino.

O Salmo 49 pertence ao Livro II do Livro dos Salmos, composto por uma coleção de 150 textos poéticos organizados por 5 Livros. O Livro dos Salmos, pela sua sabedoria e princípios básicos da ação do Homem, é considerado o coração do Antigo Testamento. O Livro II engloba os Salmos 42 a 72. O Salmo 49 está dividido em 21 Versículos.

Os Salmos são poemas-orações dirigidos a Deus, sendo a forma privilegiada de nos dirigirmos e falarmos com Ele. Estas orações, representam as vivências humanas e a consciência religiosa. Retratam o homem comum, com as suas falhas, inseguranças, medos e esperanças e, ainda hoje, nos podemos identificar com o Salmista e inspirarmo-nos nestes textos rezar e suplicar a Deus quando nos sentimos perdidos e angustiados ou para expressar a nossa gratidão por alguma benção recebida. 

"Há inimigos ou amigos, há a vida ou a morte, a saúde ou a doença, a dor ou a alegria e, a maior parte das vezes, não há cambiantes ou gradações. As palavras são como pedras e as poesias como penedos esculpidos a cinzel"; "Os Salmos são um pouco como os carreiros da montanha, simples, especialmente quando se caminha sobre a neve, mas que conduzem aos cumes; são carreiros em direção aos cumes do encontro com o Senhor." - Carlo Maria Martini, cardeal de Milão

Salmo 49 - Vaidade das Riquezas

1 Ao diretor. Para os filhos de Coré. Salmo.

2 Escutai bem isto, povos todos;
prestai atenção, habitantes do mundo inteiro.

3 Escutem-no tanto os humildes como os grandes,
os ricos e os pobres juntamente.

4 A minha boca proferirá palavras sábias,
e o murmúrio do meu coração, entendimento.

5 Prestarei atenção aos provérbios,
apresentarei o meu enigma ao som da harpa.

6 Porque hei de temer os dias maus,
quando me cerca a iniquidade dos perseguidores?

7 Eles confiam na sua opulência
e orgulham-se na enormidade da sua riqueza.

8 Contudo, nenhum humano consegue libertar-se,
nem pagar a Deus o seu resgate.

9 É demasiado caro o resgate da sua vida,
ficaria sempre insuficiente.

10 Será que isso o faria viver para sempre,
sem chegar a ver a sepultura?

11 Pois ele vê que também os sábios morrem,
tal como perecem os insensatos e os loucos,
deixando para outros as suas riquezas.

12 É o túmulo que lhes servirá de casa para sempre,
e de morada por séculos sem fim,
apesar de proclamarem o seu nome sobre várias terras.

13 O homem que vive na opulência não dura muito;
é semelhante aos animais que são abatidos.

14 Este é o caminho dos pretensiosos,
o futuro dos que se comprazem nas suas palavras.
Pausa

15 Como um rebanho serão destinados ao mundo inferior,
e a morte será o seu pastor.
Assim se desfaz a sua imagem,
e o mundo inferior é a sua morada.

16 Deus, porém, há de resgatar a minha alma
e retirar-me das garras da morte.
Pausa

17 Não te perturbes, quando um homem enriquece
e aumenta o esplendor da sua casa.

18 Pois, quando morrer, nada disso vai levar;
o seu esplendor não vai descer com ele.

19 Durante a vida, vangloria-se, dizendo:
"Eles elogiam-te, porque te saíste bem".

20 Mas terá de ir para junto dos seus antepassados,
que jamais voltarão a ver a luz.

21 O homem que vive em opulência e não pensa
é semelhante aos animais que são abatidos.

Significado e Interpretação

O Salmo 49 é uma oração do tipo sapiencial, onde se nota a maneira característica e habitual neste género literário para convidar os ouvintes a escutar a meditação que a seguir é desenvolvida. A meditação sapiencial, neste caso, incide sobre a sorte que espera tanto ricos como pobres, opressores e oprimidos, perante o destino comum a todos, a morte.

Nessa perspetiva, interroga-se sobre o sentido dos bens terrenos, da prosperidade e do bem-estar. A questão intrigante suscitada pela experiência é a de saber porque é que os maus têm tanto sucesso. A resposta é a de que o sucesso dos maus se limita ao mundo físico. No mundo dos mortos, ricos e pobres são iguais. A esperança do Salmista é a de ter um destino diferente na outra vida. É isso que ele declara de forma breve e explícita no Versículo 16.

Os Salmos Sapienciais analisam o comportamento humano, as opções éticas e as suas consequências. Ao mesmo tempo, são uma meditação sobre o que anda implicado nas orientações religiosas de vida e pensamento. 

Estes temas aparecem nos Sl 1; 14; 34; 36; 37; 39; 49; 53; 73; 74. O Sl 119 poderia ser considerado um tratado sapiencial, nos moldes de uma longa meditação sobre a lei de Deus. 

O Livro dos Salmos

A Alegria e Felicidade dos Justos em Comunhão com Deus

Os Salmos são poemas-orações dirigidos a Deus, sendo a forma privilegiada de nos dirigirmos e falarmos com Ele. Retratando o homem comum, com as suas falhas, inseguranças, medos e esperanças, ainda hoje nos podemos identificar com o Salmista e inspirarmo-nos nos Salmos para fazer orações e súplicas a Deus em tempos de angústia ou expressar a nossa gratidão por alguma benção recebida.

Os Salmos, apesar de escritos na Antiguidade ainda hoje comovem, sensibilizam, despertam sentimentos, inspiram e encantam. Neles, podemos identificar angústias e alegrias, sentimentos profundamente humanos, louvores, suplicas, ensinamentos da reflexão da sabedoria espiritual e palavras proféticas.

Escritos para situações distintas, alguns Salmos são intimistas, revelando a relação pessoal do autor com Deus; outros apresentam orientações e conselhos para a vida, outros são composições para eventos litúrgicos específicos, como rituais e peregrinações.

O Livro dos Salmos é composto por uma coleção de 150 textos poéticos e está dividido em cinco partes, denominadas Livros ou Livretes Sálmicos. Cada Livro é encerrado com breves hinos de louvor a Deus. A divisão em cinco partes era considerada como tendo correspondência com os cinco livros de Moisés e presume-se que cada passagem do Pentateuco (cinco primeiros livros da Bíblia, chamado Torá pelos Judeus), era lida em paralelo com o Salmo que lhe correspondia. As suas formas principais são lamentação, súplica, louvor e gratidão.

O Poder da Oração no Diálogo com o Divino

Os Salmos elevam os nossos pensamentos até ao Divino e a oração é o poder da palavra. A oração é a linguagem da fé. Qualquer pensamento, palavra ou imagem dirigido a Deus chama-se oração. É através dela que entramos em contacto com o nosso Deus interior e, por isso, é tão poderosa na transformação da vida. A oração pode produzir milagres, transformar o sonho em realidade, dá-nos a esperança da mudança, da harmonia e da paz connosco e com o mundo.

Cada Salmo tem uma intenção que nos ajuda a meditar e a caminhar ao lado do nosso Deus. Para muitos teólogos, o Livro de Salmos tem um tom profético ou messiânico pois os seus versos referem-se à vinda de Cristo até ao mundo dos homens para os guiar através da incerteza e das dúvidas da existência Humana. 

A oração tem o poder de nos ligar ao Universo Espiritual de modo pleno, honesto, sincero, consciente, com o propósito de autoproteção espiritual, proteção da família e daqueles que nos são queridos, para ter paz mental, espiritual e física, para obter prosperidade e êxito, proteger a saúde e as relações, afastar as energias negativas e, sobretudo, para nos ligar a algo maior do que nós. Desta paz, resulta bem estar, esperança e bondade perante todos e todas as coisas. 

A pode mudar a nossa vida. Dá-nos tranquilidade e força espiritual para enfrentar os desafios. Ajuda-nos a meditar sobre a nossa missão de vida e a criar um ambiente equilibrado e saudável para nós e para aqueles que amamos. Quando orar, encha o seu coração de amor e determinação. Os Salmos irão guiá-lo por um caminho de paz e de comunhão com a energia superior.