Salmo 48 - Hino de Louvor a Sião, Cidade de Deus

[Nova versão Internacional] O Salmo 48 pertence ao Livro II do Livro dos Salmos. Este é um hino de louvor à grandeza do nome de Deus e à fé no verdadeiro Deus.

O Salmo 48 pertence ao Livro II do Livro dos Salmos, composto por uma coleção de 150 textos poéticos organizados por 5 Livros. O Livro dos Salmos, pela sua sabedoria e princípios básicos da ação do Homem, é considerado o coração do Antigo Testamento. O Livro II engloba os Salmos 42 a 72. O Salmo 48 está dividido em 15 Versículos.

Os Salmos são poemas-orações dirigidos a Deus, sendo a forma privilegiada de nos dirigirmos e falarmos com Ele. Estas orações, representam as vivências humanas e a consciência religiosa. Retratam o homem comum, com as suas falhas, inseguranças, medos e esperanças e, ainda hoje, nos podemos identificar com o Salmista e inspirarmo-nos nestes textos rezar e suplicar a Deus quando nos sentimos perdidos e angustiados ou para expressar a nossa gratidão por alguma benção recebida. 

"Há inimigos ou amigos, há a vida ou a morte, a saúde ou a doença, a dor ou a alegria e, a maior parte das vezes, não há cambiantes ou gradações. As palavras são como pedras e as poesias como penedos esculpidos a cinzel"; "Os Salmos são um pouco como os carreiros da montanha, simples, especialmente quando se caminha sobre a neve, mas que conduzem aos cumes; são carreiros em direção aos cumes do encontro com o Senhor." - Carlo Maria Martini, cardeal de Milão

Salmo 48 - Sião, Cidade de Deus

1 Cântico. Salmo dos filhos de Coré.

2 O Senhor é grande e digno de todo o louvor,
na cidade do nosso Deus, sua montanha santa.

3 Bela elevação, alegria de toda a terra,
o monte Sião, acima do monte Safon,
é a fortaleza do grande rei.

4 No meio das suas fortalezas,
Deus é reconhecido como um baluarte.

5 Mas eis que os reis se coligaram
e juntos decidiram avançar.

6 Mal a viram ficaram em pânico;
e, aterrorizados, puseram-se em fuga.

7 Ali mesmo os apanhou a ansiedade,
com dores como as da mulher no parto.

8 Era como o vento leste,
que despedaça as naus de Társis.

9 Tal como nos contaram, assim o vimos,
na cidade do Senhor dos exércitos,
na cidade do nosso Deus,
que Deus consolidou para sempre.

10 Ó Deus, nós meditamos na tua misericórdia,
no interior do teu santuário.

11 Tal como o teu nome, ó Deus,
o teu louvor chega aos confins da terra.
A tua mão direita está cheia de justiça.

12 O monte Sião alegra-se,
exultam as cidades de Judá,
por causa dos teus decretos.

13 Percorrei Sião, caminhando em seu redor,
e contai as suas torres.

14 Examinai as suas fortalezas e palácios,
para poderdes contar à geração futura

15 que este é Deus, o nosso Deus para todo o sempre.
É Ele que eternamente nos conduz.

Significado e Interpretação

O Salmo 48 é o segundo Salmo de Sião. Continuando a aproveitar a linguagem simbólica tradicional de Canaã, proclama que Sião se encontra nos píncaros do monte Safon. Esta era uma montanha de grande simbolismo religioso situada perto da cidade de Ugarit e considerada a habitação celeste do deus Baal (referência a vários deuses do Levante).

Nos tempos mais antigos dos hebreus na Palestina ainda não se notava o conflito entre a religiosidade dirigida a Javé e a que é votada a Baal. Os ataques descritos contra a cidade protegida por Deus podem conter referências a acontecimentos reais de guerra ou simplesmente fazer parte do género literário utilizado para este tipo de cânticos.

Os Versículos 10-11 combinam dois pares de conceitos importantes: a grandeza do nome de Deus e a amplidão do louvor que lhe é votado, por um lado; e o padrão que preside à intervenção de Deus que é simultaneamente de misericórdia, pelo que exprime de relação com o povo crente, e de justiça, pela maneira como repõe as coisas na sua devida ordem.

Os Salmos de Louvor são realmente hinos endereçados, sobretudo, a Deus. Nesse sentido, a Bíblia dá continuidade à literatura litúrgica das religiões vizinhas e anteriores, onde os hinos são a forma mais habitual dos povos se dirigirem à divindade, sobretudo em contextos de maior solenidade. 

Estes hinos narram as grandezas ou benfeitorias e o agradecimento que daí decorre. Exemplos disso mesmo são os Sl 8; 19; 28; 33; 47; 65-66; 93; 96-100; 104-105; 111; 113; 117; 135; 146; 148-150. Os hinos também podem ser dirigidos ao rei, focando especialmente a cerimónia da entronização real, com toda a expectativa de intervenção divina para o bem-estar do povo e o ordenamento justo do mundo

Com o fim da monarquia, estes Salmos foram acentuando as conotações messiânicas, que já antes tinham implícitas. É o caso dos Sl 2; 18; 20-21; 45; 72; 89; 101; 110; 132; 144. São ainda considerados hinos os Salmos que celebram Jerusalém, que com o templo apresenta uma especial ligação a Deus. São os Sl 46; 48; 76; 84; 87; 122.

O Livro dos Salmos

A Alegria e Felicidade dos Justos em Comunhão com Deus

Os Salmos são poemas-orações dirigidos a Deus, sendo a forma privilegiada de nos dirigirmos e falarmos com Ele. Retratando o homem comum, com as suas falhas, inseguranças, medos e esperanças, ainda hoje nos podemos identificar com o Salmista e inspirarmo-nos nos Salmos para fazer orações e súplicas a Deus em tempos de angústia ou expressar a nossa gratidão por alguma benção recebida.

Os Salmos, apesar de escritos na Antiguidade ainda hoje comovem, sensibilizam, despertam sentimentos, inspiram e encantam. Neles, podemos identificar angústias e alegrias, sentimentos profundamente humanos, louvores, suplicas, ensinamentos da reflexão da sabedoria espiritual e palavras proféticas.

Escritos para situações distintas, alguns Salmos são intimistas, revelando a relação pessoal do autor com Deus; outros apresentam orientações e conselhos para a vida, outros são composições para eventos litúrgicos específicos, como rituais e peregrinações.

O Livro dos Salmos é composto por uma coleção de 150 textos poéticos e está dividido em cinco partes, denominadas Livros ou Livretes Sálmicos. Cada Livro é encerrado com breves hinos de louvor a Deus. A divisão em cinco partes era considerada como tendo correspondência com os cinco livros de Moisés e presume-se que cada passagem do Pentateuco (cinco primeiros livros da Bíblia, chamado Torá pelos Judeus), era lida em paralelo com o Salmo que lhe correspondia. As suas formas principais são lamentação, súplica, louvor e gratidão.

O Poder da Oração no Diálogo com o Divino

Os Salmos elevam os nossos pensamentos até ao Divino e a oração é o poder da palavra. A oração é a linguagem da fé. Qualquer pensamento, palavra ou imagem dirigido a Deus chama-se oração. É através dela que entramos em contacto com o nosso Deus interior e, por isso, é tão poderosa na transformação da vida. A oração pode produzir milagres, transformar o sonho em realidade, dá-nos a esperança da mudança, da harmonia e da paz connosco e com o mundo.

Cada Salmo tem uma intenção que nos ajuda a meditar e a caminhar ao lado do nosso Deus. Para muitos teólogos, o Livro de Salmos tem um tom profético ou messiânico pois os seus versos referem-se à vinda de Cristo até ao mundo dos homens para os guiar através da incerteza e das dúvidas da existência Humana. 

A oração tem o poder de nos ligar ao Universo Espiritual de modo pleno, honesto, sincero, consciente, com o propósito de autoproteção espiritual, proteção da família e daqueles que nos são queridos, para ter paz mental, espiritual e física, para obter prosperidade e êxito, proteger a saúde e as relações, afastar as energias negativas e, sobretudo, para nos ligar a algo maior do que nós. Desta paz, resulta bem estar, esperança e bondade perante todos e todas as coisas. 

A pode mudar a nossa vida. Dá-nos tranquilidade e força espiritual para enfrentar os desafios. Ajuda-nos a meditar sobre a nossa missão de vida e a criar um ambiente equilibrado e saudável para nós e para aqueles que amamos. Quando orar, encha o seu coração de amor e determinação. Os Salmos irão guiá-lo por um caminho de paz e de comunhão com a energia superior.