Salmo 91 - Deus, Justiça, Refúgio e Proteção

[Nova versão Internacional] O Salmo 91 pertence ao Livro IV do Livro dos Salmos. Esta é uma meditação sobre o que pressupõe e significa a confiança em Deus.

O Salmo 91 pertence ao Livro IV do Livro dos Salmos, que é composto por uma coleção de 150 textos poéticos organizados por 5 Livros. O Livro dos Salmos, pela sua sabedoria e princípios básicos da ação do Homem, é considerado o coração do Antigo Testamento. O Livro IV engloba os Salmos 90 a 106. O Salmo 91 está dividido em 16 Versículos.

Os Salmos são poemas-orações dirigidos a Deus, sendo a forma privilegiada de nos dirigirmos e falarmos com Ele. Estas orações, representam as vivências humanas e a consciência religiosa. Retratam o homem comum, com as suas falhas, inseguranças, medos e esperanças e, ainda hoje, nos podemos identificar com o Salmista e inspirarmo-nos nestes textos rezar e suplicar a Deus quando nos sentimos perdidos e angustiados ou para expressar a nossa gratidão por alguma benção recebida.

"Há inimigos ou amigos, há a vida ou a morte, a saúde ou a doença, a dor ou a alegria e, a maior parte das vezes, não há cambiantes ou gradações. As palavras são como pedras e as poesias como penedos esculpidos a cinzel"; "Os Salmos são um pouco como os carreiros da montanha, simples, especialmente quando se caminha sobre a neve, mas que conduzem aos cumes; são carreiros em direção aos cumes do encontro com o Senhor." - Carlo Maria Martini, cardeal de Milão

Salmo 91 - Deus, Refúgio e Proteção

1 Aquele que habita sob a proteção do Altíssimo
e se acolhe à sombra do Omnipotente,

2 esse poderá exclamar: "Ó Senhor,
Tu és o meu refúgio e minha cidadela;
és o meu Deus, em quem confio!".

3 É Ele que te há de livrar da armadilha
e proteger-te da peste maligna.

4 Ele te cobrirá com as suas penas;
debaixo das suas asas terás refúgio
a sua fidelidade é escudo e couraça.

5 Não temerás o terror da noite,
nem a seta que voa de dia.

6 Não temerás a peste que alastra nas trevas,
nem o flagelo que devasta em pleno dia.

7 Podem cair mil à tua esquerda
e dez mil à tua direita,
que a ti não te atingirá.

8 Basta abrires os olhos
e verás a paga dos malfeitores.

9 Pois tu disseste: "O Senhor é meu refúgio"
e fizeste do Altíssimo o teu abrigo.

10 Nenhuma desgraça se aproximará de ti,
nenhuma epidemia chegará à tua tenda.

11 Por ti, Ele deu ordens aos seus anjos,
para te guardarem em todos os teus caminhos.

12 Eles hão de transportar-te na palma das mãos,
para que o teu pé não tropece em nenhuma pedra.

13 Poderás caminhar sobre serpentes e víboras,
calcar aos pés leões e dragões.

14 "Porque se entregou a mim, Eu o libertarei;
defendê-lo-ei, porque conhece o meu nome.

15 Ele invoca-me e Eu respondo-lhe,
estarei com ele na tribulação,
para o livrar e cobrir de honra.

16 Hei de saciá-lo com longos dias de vida
e farei com que veja a minha salvação".

Significado e Interpretação

O Salmo 91 é um Salmo de modelo sapiencial, com o qual se propõe uma meditação sobre o que pressupõe e significa a confiança em Deus. O modelo de vida sobre o qual incide esta meditação é o de alguém que vive acolhido no templo (Versículos 1-2). Alguém que tem por missão propor as verdades da sabedoria, segundo a relação mestre-discípulo, dirige-se a ele na segunda pessoa, pormenorizando o que significa encontrar-se sob proteção de Deus (Versículos 3-13).

No final do Salmo, há uma espécie de oráculo em que Deus confirma e acentua o pensamento que o mestre de sabedoria tinha exposto (Versículos 14-16). O destinatário desta lição de sabedoria é literariamente uma pessoa singular, mas o espírito que se incute projeta-se sobre a experiência da nação inteira.

Os Salmos Sapienciais são livros da Sagrada Escritura (Libri Sapientiales) que contêm, sobretudo, sentenças morais do antigo Israel - Provérbios, Jó, Qohélet (Eclesiastes), Sirácida (Eclesiástico), Cântico dos Cânticos, Sabedoria. Estas orações estão recheadas de inspiração e sabedoria antigas, de experiências de vida e da História dos povos. Analisam o comportamento humano, as opções éticas e as suas consequências, e a procura do sentido da vida e da morte para cada um de nós e enquanto sociedade.

Vários temas são abordados nestes Salmos como a justiça / injustiça; pecador / justo; sensatez / insensatez; mal / bem; fidelidade / infidelidade; a honra ou a falta dela, a virtude que existe na prudência no falar, no ser justo, no saber ser rico. A existência de Deus nunca é questionada. Ele é Criador, Senhor, Juiz, Sábio.

Os Salmos Sapienciais também são entendidos como uma orientação para que cada um possa meditar sobre as questões do seu dia a dia e dos mistérios da vida. O Salmista serve-se das experiências, próprias e alheias, para discernir o caminho a tomar com base nos princípios morais corretos. Baseiam-se no pressuposto de que o que fazemos neste mundo, pagamos nesta vida. O estilo sapiencial aparece nos Sl 1; 14; 34; 36; 37; 39; 49; 53; 73; 74.

O Livro dos Salmos

A Alegria e Felicidade dos Justos em Comunhão com Deus

Os Salmos são poemas-orações dirigidos a Deus, sendo a forma privilegiada de nos dirigirmos e falarmos com Ele. Retratando o homem comum, com as suas falhas, inseguranças, medos e esperanças, ainda hoje nos podemos identificar com o Salmista e inspirarmo-nos nos Salmos para fazer orações e súplicas a Deus em tempos de angústia ou expressar a nossa gratidão por alguma benção recebida.

Os Salmos, apesar de escritos na Antiguidade ainda hoje comovem, sensibilizam, despertam sentimentos, inspiram e encantam. Neles, podemos identificar angústias e alegrias, sentimentos profundamente humanos, louvores, suplicas, ensinamentos da reflexão da sabedoria espiritual e palavras proféticas.

Escritos para situações distintas, alguns Salmos são intimistas, revelando a relação pessoal do autor com Deus; outros apresentam orientações e conselhos para a vida, outros são composições para eventos litúrgicos específicos, como rituais e peregrinações.

O Livro dos Salmos é composto por uma coleção de 150 textos poéticos e está dividido em cinco partes, denominadas Livros ou Livretes Sálmicos. Cada Livro é encerrado com breves hinos de louvor a Deus. A divisão em cinco partes era considerada como tendo correspondência com os cinco livros de Moisés e presume-se que cada passagem do Pentateuco (cinco primeiros livros da Bíblia, chamado Torá pelos Judeus), era lida em paralelo com o Salmo que lhe correspondia. As suas formas principais são lamentação, súplica, louvor e gratidão.

O Poder da Oração no Diálogo com o Divino

Os Salmos elevam os nossos pensamentos até ao Divino e a oração é o poder da palavra. A oração é a linguagem da fé. Qualquer pensamento, palavra ou imagem dirigido a Deus chama-se oração. É através dela que entramos em contacto com o nosso Deus interior e, por isso, é tão poderosa na transformação da vida. A oração pode produzir milagres, transformar o sonho em realidade, dá-nos a esperança da mudança, da harmonia e da paz connosco e com o mundo.

Cada Salmo tem uma intenção que nos ajuda a meditar e a caminhar ao lado do nosso Deus. Para muitos teólogos, o Livro de Salmos tem um tom profético ou messiânico pois os seus versos referem-se à vinda de Cristo até ao mundo dos homens para os guiar através da incerteza e das dúvidas da existência Humana. 

A oração tem o poder de nos ligar ao Universo Espiritual de modo pleno, honesto, sincero, consciente, com o propósito de autoproteção espiritual, proteção da família e daqueles que nos são queridos, para ter paz mental, espiritual e física, para obter prosperidade e êxito, proteger a saúde e as relações, afastar as energias negativas e, sobretudo, para nos ligar a algo maior do que nós. Desta paz, resulta bem estar, esperança e bondade perante todos e todas as coisas. 

A pode mudar a nossa vida. Dá-nos tranquilidade e força espiritual para enfrentar os desafios. Ajuda-nos a meditar sobre a nossa missão de vida e a criar um ambiente equilibrado e saudável para nós e para aqueles que amamos. Quando orar, encha o seu coração de amor e determinação. Os Salmos irão guiá-lo por um caminho de paz e de comunhão com a energia superior.