Salmo 83 - Os Inimigos do Povo de Deus

[Nova versão Internacional] O Salmo 83 pertence ao Livro III do Livro dos Salmos. O Salmista pede a proteção para o povo de Israel glorificando a sua misericórdia.

O Salmo 83 pertence ao Livro III do Livro dos Salmos, composto por uma coleção de 150 textos poéticos organizados por 5 Livros. O Livro dos Salmos, pela sua sabedoria e princípios básicos da ação do Homem, é considerado o coração do Antigo Testamento. O Livro III engloba os Salmos 73 a 89. O Salmo 83 está dividido em 19 Versículos.

Os Salmos são poemas-orações dirigidos a Deus, sendo a forma privilegiada de nos dirigirmos e falarmos com Ele. Estas orações, representam as vivências humanas e a consciência religiosa. Retratam o homem comum, com as suas falhas, inseguranças, medos e esperanças e, ainda hoje, nos podemos identificar com o Salmista e inspirarmo-nos nestes textos rezar e suplicar a Deus quando nos sentimos perdidos e angustiados ou para expressar a nossa gratidão por alguma benção recebida. 

"Há inimigos ou amigos, há a vida ou a morte, a saúde ou a doença, a dor ou a alegria e, a maior parte das vezes, não há cambiantes ou gradações. As palavras são como pedras e as poesias como penedos esculpidos a cinzel"; "Os Salmos são um pouco como os carreiros da montanha, simples, especialmente quando se caminha sobre a neve, mas que conduzem aos cumes; são carreiros em direção aos cumes do encontro com o Senhor." - Carlo Maria Martini, cardeal de Milão

Salmo 83 - Os Inimigos do Povo de Deus

1 Cântico. Salmo. De Asaf.

2 Ó Deus, não fiques calado;
não fiques mudo nem impassível, ó Deus!

3 Vê como os teus inimigos se agitam
e levantam a cabeça aqueles que te odeiam.

4 Engendram planos astuciosos contra o teu povo
e conspiram contra os teus protegidos.

5 Dizem: "Andem! Vamos exterminá-los como povo!
E não volte mais a ser lembrado o nome de Israel".

6 Assim decidiram de comum acordo
e estabeleceram uma aliança contra ti:

7 as tendas de Edom e os ismaelitas,
Moab e os agarenos,

8 Guebal, Amon e Amalec,
os filisteus com os habitantes de Tiro.

9 Até os assírios se juntaram com eles,
e foram o braço dos filhos de Lot.

10 Trata-os como fizeste com Madian e Sísera,
como a Jabin na ribeira de Quichon.

11 Foram destruídos em En-Dor,
serviram de adubo para as terras.

12 Trata os seus príncipes como Oreb e Zeeb;
e todos os seus chefes como Zeba e Salmuna.

13 Pois eles tinham declarado:
"Tomemos para nós os campos de Deus".

14 Ó meu Deus, atira-os para o redemoinho,
como palha levada pelo vento,

15 como o fogo que devora a floresta
e como a chama que incendeia os montes.

16 Persegue-os com a tua tempestade;
atormenta-os com o teu turbilhão!

17 Cobre-lhes o rosto de ignomínia;
e que então procurem o teu nome, ó Senhor.

18 Sejam confundidos e abalados para sempre,
sejam envergonhados e pereçam.

19 Fiquem a saber que o teu nome é Senhor;
Tu és o único Altíssimo sobre toda a terra!

Significado e Interpretação

O Salmo 83 é uma oração coletiva de súplica dirige-se a Deus para que proteja o povo de Israel. O inimigo principal cujas ameaças se pressentem poderiam ser os assírios. Na verdade, o Salmo dá indícios de ter sido composto antes do exílio.

Como acontece sistematicamente com textos deste género, os argumentos e imagens aduzidos para justificar a proteção de Deus consistem numa revisão dos prodígios realizados por Ele no passado.

A quantidade de povos referidos nos Versículos 7 a 9 serve para configurar a variedade de inimigos que se contrapõem a Deus e ao seu povo. Trata-se de um aglomerado simbólico em que se sintetizam todas as recordações de guerra com os povos seus vizinhos que os israelitas conservavam.

Os Salmos de Súplica estão muito presentes no Livro dos Salmos. Falam da fragilidade humana e dos sentimentos mais básicos da sua condição mortal. Os tempos de paz e abundância contrastam com a guerra e a destruição individual ou da comunidade. O Salmista suplica pelo auxílio de Deus e pede-lhe que termine com a sua situação de aflição, terminando com a certeza de ter sido escutado.

Na prática espiritual, a súplica e o pedido a Deus reflete muito o sentido da oração sendo a forma privilegiada de estabelecer o contacto e elevar a voz ao Divino. Em numerosos Salmos, a súplica parece ser a motivação mais imediata e a maior preocupação. Ao dirigir-se a Deus, o orador / Salmista encontra a ternura, a justiça, a compaixão, a reconciliação, a purificação, enfim, a própria pacificação.

As narrativas e sentimentos envolvidos nestas orações são variados e básicos; afetam a Humanidade ao longo dos milénios, sendo ainda hoje atuais. Refletem multiplas vivências interiores, individuais e coletivas, e de relacionamento entre as pessoas e os povos. Abordam temas como a ameaça mortal da doença, a perseguição, o envelhecimento, a violência, a guerra, a traição, a solidão, a agressão dos inimigos e como estes sentimentos alteram a consciência que temos de nós mesmos, da relação com os outros e com Deus. 

As situações que motivam a súplica podem ser amargas e desesperadas, mas os Salmos exprimem, em geral, um estado de espírito de confiança e terminam em ação de graças. O Salmista clama por Deus, pela sua ajuda e perdão numa profunda expressão de uma confiança sem limites na compaixão e justiça divinas. O próprio grito do Salmista é já uma expressão de combate, de vontade de mudança, de transformação interior, de confiança e de esperança num futuro livre do mal, do sofrimento e dos ímpios.

Os Salmos de Súplica são classificados como súplica individual e súplica coletiva. Os de Súplica Individual compreendem os Sl 3; 5-7; 13; 17; 22; 26; 27; 28; 31; 35; 39; 42-43; 51; 54-57; 59; 61; 63; 64; 69-71; 88; 102; 109; 120; 130; 140-143. e os de Súplica Coletiva os Sl 12; 44; 58; 60; 74; 80; 83; 85; 90; 94; 108; 123; 127.

O Livro dos Salmos

A Alegria e Felicidade dos Justos em Comunhão com Deus

Os Salmos são poemas-orações dirigidos a Deus, sendo a forma privilegiada de nos dirigirmos e falarmos com Ele. Retratando o homem comum, com as suas falhas, inseguranças, medos e esperanças, ainda hoje nos podemos identificar com o Salmista e inspirarmo-nos nos Salmos para fazer orações e súplicas a Deus em tempos de angústia ou expressar a nossa gratidão por alguma benção recebida.

Os Salmos, apesar de escritos na Antiguidade ainda hoje comovem, sensibilizam, despertam sentimentos, inspiram e encantam. Neles, podemos identificar angústias e alegrias, sentimentos profundamente humanos, louvores, suplicas, ensinamentos da reflexão da sabedoria espiritual e palavras proféticas.

Escritos para situações distintas, alguns Salmos são intimistas, revelando a relação pessoal do autor com Deus; outros apresentam orientações e conselhos para a vida, outros são composições para eventos litúrgicos específicos, como rituais e peregrinações.

O Livro dos Salmos é composto por uma coleção de 150 textos poéticos e está dividido em cinco partes, denominadas Livros ou Livretes Sálmicos. Cada Livro é encerrado com breves hinos de louvor a Deus. A divisão em cinco partes era considerada como tendo correspondência com os cinco livros de Moisés e presume-se que cada passagem do Pentateuco (cinco primeiros livros da Bíblia, chamado Torá pelos Judeus), era lida em paralelo com o Salmo que lhe correspondia. As suas formas principais são lamentação, súplica, louvor e gratidão.

O Poder da Oração no Diálogo com o Divino

Os Salmos elevam os nossos pensamentos até ao Divino e a oração é o poder da palavra. A oração é a linguagem da fé. Qualquer pensamento, palavra ou imagem dirigido a Deus chama-se oração. É através dela que entramos em contacto com o nosso Deus interior e, por isso, é tão poderosa na transformação da vida. A oração pode produzir milagres, transformar o sonho em realidade, dá-nos a esperança da mudança, da harmonia e da paz connosco e com o mundo.

Cada Salmo tem uma intenção que nos ajuda a meditar e a caminhar ao lado do nosso Deus. Para muitos teólogos, o Livro de Salmos tem um tom profético ou messiânico pois os seus versos referem-se à vinda de Cristo até ao mundo dos homens para os guiar através da incerteza e das dúvidas da existência Humana. 

A oração tem o poder de nos ligar ao Universo Espiritual de modo pleno, honesto, sincero, consciente, com o propósito de autoproteção espiritual, proteção da família e daqueles que nos são queridos, para ter paz mental, espiritual e física, para obter prosperidade e êxito, proteger a saúde e as relações, afastar as energias negativas e, sobretudo, para nos ligar a algo maior do que nós. Desta paz, resulta bem estar, esperança e bondade perante todos e todas as coisas. 

A pode mudar a nossa vida. Dá-nos tranquilidade e força espiritual para enfrentar os desafios. Ajuda-nos a meditar sobre a nossa missão de vida e a criar um ambiente equilibrado e saudável para nós e para aqueles que amamos. Quando orar, encha o seu coração de amor e determinação. Os Salmos irão guiá-lo por um caminho de paz e de comunhão com a energia superior.