Salmo 6 - Súplica de um Justo em Aflição

[Nova versão Internacional] O Salmo 6 pertence ao Livro I do Livro dos Salmos. Súplica e penitência, o Salmista tem consciência das suas próprias culpas e lamenta as ameaças que o afligem, pedindo a proteção e o perdão de Deus.

O Salmo 6 pertence ao Livro I do Livro dos Salmos, composto por uma coleção de 150 textos poéticos organizados por 5 Livros. O Livro dos Salmos, pela sua sabedoria e princípios básicos da ação do Homem, é considerado o coração do Antigo Testamento. O Livro I engloba os Salmos 1 a 41. O Salmo 6 está dividido em 11 Versículos.

Os Salmos são poemas-orações dirigidos a Deus, sendo a forma privilegiada de nos dirigirmos e falarmos com Ele. Estas orações, representam as vivências humanas e a consciência religiosa. Retratam o homem comum, com as suas falhas, inseguranças, medos e esperanças e, ainda hoje, nos podemos identificar com o Salmista e inspirarmo-nos nestes textos rezar e suplicar a Deus quando nos sentimos perdidos e angustiados ou para expressar a nossa gratidão por alguma benção recebida. 

"Há inimigos ou amigos, há a vida ou a morte, a saúde ou a doença, a dor ou a alegria e, a maior parte das vezes, não há cambiantes ou gradações. As palavras são como pedras e as poesias como penedos esculpidos a cinzel"; "Os Salmos são um pouco como os carreiros da montanha, simples, especialmente quando se caminha sobre a neve, mas que conduzem aos cumes; são carreiros em direção aos cumes do encontro com o Senhor." - Carlo Maria Martini, cardeal de Milão

Salmo 6 - Súplica de um Justo em Aflição

1 Ao diretor, para instrumentos de oito cordas. Salmo de David.

2 Senhor, não me repreendas na tua ira,
nem me castigues na tua indignação.

3 Tem piedade de mim, Senhor, que desfaleço;
cura-me, Senhor, que os meus ossos estremecem.

4 A minha alma está muito conturbada.
E Tu, Senhor, até quando?

5 Volta, Senhor, liberta a minha alma;
salva-me pela tua fidelidade.

6 Pois na morte não há memória de ti.
No mundo dos mortos, quem te renderá louvor?

7 Estou cansado do meu sofrimento.
Todas as noites encho de lágrimas a minha cama,
inundando o meu leito.

8 Os meus olhos consomem-se de tristeza;
envelheceram diante de tantos inimigos.

9 Afastai-vos de mim, vós que praticais a iniquidade,
pois o Senhor escutou a voz do meu lamento.

10 O Senhor escutou a minha súplica;
o Senhor acolheu a minha oração.

11 Que os meus inimigos se envergonhem e encham de terror;
que eles retrocedam, subitamente envergonhados.

Significado e Interpretação

O Salmo 6 associa o tema da súplica individual com os conteúdos e o espírito de um salmo penitencial. A razão desta dupla vertente é exprimir a consciência das suas próprias culpas e a lamentação pelas ameaças que tantos inimigos lhe provocam. A certeza de que o Senhor escutou a oração é uma maneira confiante de dar resposta aos inimigos.

A exclamação final de libertação e de alívio exprime a superação dos dois tipos de contrariedades, as culpas próprias e os inimigos. Este é o primeiro da série de salmos penitenciais: 32; 38; 51; 102; 130; 143.

A Igreja Católica procurou, por meio destes Salmos, incutir nos fiéis o verdadeiro espírito do arrependimento dos pecados, e, deste modo, fazer com que todos se penitenciem das suas faltas.

Nos Salmos Penitenciais encontramos sabedoria, louvor e perdão. Tal como os restantes Salmos, foram escritos de forma poética com o intuito de louvar e reverenciar a Deus, mostrando ao homem o modo dEle agir e atuar ao longo de todos os tempos. 

Os Salmos Penitenciais (6; 32; 38; 51; 102; 103; 143), são um pedido de perdão. Têm um caráter de arrependimento, contrição e sacrifício, nos quais se apresenta nitidamente o rigor da Divina Justiça para com o pecador empedernido nas suas faltas.

O orador / Salmista, que se arrepende da má ação cometida, implora a Deus indulgência para com as suas faltas. A partir desta atitude de contrição, nasce uma outra súplica: a de que Deus aplaque a Sua Santa ira e abrande o castigo pela Sua Infinita Bondade Divina.

O Livro dos Salmos

A Alegria e Felicidade dos Justos em Comunhão com Deus

Os Salmos são poemas-orações dirigidos a Deus, sendo a forma privilegiada de nos dirigirmos e falarmos com Ele. Retratando o homem comum, com as suas falhas, inseguranças, medos e esperanças, ainda hoje nos podemos identificar com o Salmista e inspirarmo-nos nos Salmos para fazer orações e súplicas a Deus em tempos de angústia ou expressar a nossa gratidão por alguma benção recebida.

Os Salmos, apesar de escritos na Antiguidade ainda hoje comovem, sensibilizam, despertam sentimentos, inspiram e encantam. Neles, podemos identificar angústias e alegrias, sentimentos profundamente humanos, louvores, suplicas, ensinamentos da reflexão da sabedoria espiritual e palavras proféticas.

Escritos para situações distintas, alguns Salmos são intimistas, revelando a relação pessoal do autor com Deus; outros apresentam orientações e conselhos para a vida, outros são composições para eventos litúrgicos específicos, como rituais e peregrinações.

O Livro dos Salmos é composto por uma coleção de 150 textos poéticos e está dividido em cinco partes, denominadas Livros ou Livretes Sálmicos. Cada Livro é encerrado com breves hinos de louvor a Deus. A divisão em cinco partes era considerada como tendo correspondência com os cinco livros de Moisés e presume-se que cada passagem do Pentateuco (cinco primeiros livros da Bíblia, chamado Torá pelos Judeus), era lida em paralelo com o Salmo que lhe correspondia. As suas formas principais são lamentação, súplica, louvor e gratidão.

O Poder da Oração no Diálogo com o Divino

Os Salmos elevam os nossos pensamentos até ao Divino e a oração é o poder da palavra. A oração é a linguagem da fé. Qualquer pensamento, palavra ou imagem dirigido a Deus chama-se oração. É através dela que entramos em contacto com o nosso Deus interior e, por isso, é tão poderosa na transformação da vida. A oração pode produzir milagres, transformar o sonho em realidade, dá-nos a esperança da mudança, da harmonia e da paz connosco e com o mundo.

Cada Salmo tem uma intenção que nos ajuda a meditar e a caminhar ao lado do nosso Deus. Para muitos teólogos, o Livro de Salmos tem um tom profético ou messiânico pois os seus versos referem-se à vinda de Cristo até ao mundo dos homens para os guiar através da incerteza e das dúvidas da existência Humana. 

A oração tem o poder de nos ligar ao Universo Espiritual de modo pleno, honesto, sincero, consciente, com o propósito de autoproteção espiritual, proteção da família e daqueles que nos são queridos, para ter paz mental, espiritual e física, para obter prosperidade e êxito, proteger a saúde e as relações, afastar as energias negativas e, sobretudo, para nos ligar a algo maior do que nós. Desta paz, resulta bem estar, esperança e bondade perante todos e todas as coisas. 

A pode mudar a nossa vida. Dá-nos tranquilidade e força espiritual para enfrentar os desafios. Ajuda-nos a meditar sobre a nossa missão de vida e a criar um ambiente equilibrado e saudável para nós e para aqueles que amamos. Quando orar, encha o seu coração de amor e determinação. Os Salmos irão guiá-lo por um caminho de paz e de comunhão com a energia superior.