Salmo 36 - Malícia Humana e Bondade Divina

[Nova versão Internacional] O Salmo 36 pertence ao Livro I do Livro dos Salmos. A fé em Deus e a bondade divina são o caminho para combater e ultrapassar a prática do mal.

O Salmo 36 pertence ao Livro I do Livro dos Salmos, composto por uma coleção de 150 textos poéticos organizados por 5 Livros. O Livro dos Salmos, pela sua sabedoria e princípios básicos da ação do Homem, é considerado o coração do Antigo Testamento. O Livro I engloba os Salmos 1 a 41. O Salmo 36 está dividido em 13 Versículos.

Os Salmos são poemas-orações dirigidos a Deus, sendo a forma privilegiada de nos dirigirmos e falarmos com Ele. Estas orações, representam as vivências humanas e a consciência religiosa. Retratam o homem comum, com as suas falhas, inseguranças, medos e esperanças e, ainda hoje, nos podemos identificar com o Salmista e inspirarmo-nos nestes textos rezar e suplicar a Deus quando nos sentimos perdidos e angustiados ou para expressar a nossa gratidão por alguma benção recebida. 

"Há inimigos ou amigos, há a vida ou a morte, a saúde ou a doença, a dor ou a alegria e, a maior parte das vezes, não há cambiantes ou gradações. As palavras são como pedras e as poesias como penedos esculpidos a cinzel"; "Os Salmos são um pouco como os carreiros da montanha, simples, especialmente quando se caminha sobre a neve, mas que conduzem aos cumes; são carreiros em direção aos cumes do encontro com o Senhor." - Carlo Maria Martini, cardeal de Milão

 

Salmo 36 - Malícia Humana e Bondade Divina

1 Ao diretor. Do servo do Senhor. De David.

2 O malfeitor tem um oráculo de pecado dentro do seu coração;
diante dos seus olhos, não existe temor de Deus.

3 Porém, o seu Deus destrói-o com o seu olhar,
descobrindo a sua abominável iniquidade.

4 As palavras da sua boca são de maldade e traição;
|renunciou a ser sensato e a fazer o bem.

5 Maldade é o que ele planeia, deitado no seu leito.
Obstinado em seguir o seu mau caminho,
nem pensa em renunciar ao mal.

6 Ó Senhor, a tua misericórdia vai até aos céus,
e a tua fidelidade chega até às nuvens.

7 A tua justiça é como as altas montanhas,
e os teus juízos são um abismo profundo:
ó Senhor, Tu salvas homens e animais.

8 Que maravilhosa é a tua misericórdia, ó Deus!
Os humanos refugiam-se à sombra das tuas asas.

9 Ficam saciados com a abundância da tua casa;
Tu lhes dás a beber dos teus rios de delícias.

10 Pois em ti se encontra a fonte da vida,
e é na tua luz que vemos a luz.

11 Prolonga a tua misericórdia para os que te conhecem
e a tua justiça para os retos de coração.

12 Que os pés do orgulhoso não venham sobre mim,
e que a mão dos malfeitores me não expulse.

13 Eis como caíram por terra os que praticam a iniquidade;
foram abatidos e não mais se conseguem levantar.

Significado e Interpretação

O Salmo 36 é uma oração individual de súplica, a reflexão sobre a experiência humana é a oportunidade para tecer considerações de modelo sapiencial sobre a maneira como a prática do mal se instala e domina os comportamentos humanos.

A fé em Deus é o caminho pelo qual se abre a possibilidade de ultrapassar esse círculo vicioso. O salmo põe em contraste a corrupção de um coração sem temor de Deus (Versículos 2-5) e a imensa bondade com que Deus concede os seus benefícios aos seus fiéis (Versículos 6-12).

O cimo das montanhas e as profundezas do abismo representam os pontos extremos do espaço terrestre e do mundo, que funcionam aqui como medida da grandeza de Deus.

A fonte e a luz são duas importantes metáforas da vida. A fonte de água viva jorrará de Jerusalém e do templo dando vida a toda a terra. A luz que vem de Deus é igualmente uma fonte de vida.

Os Salmos Sapienciais são livros da Sagrada Escritura (Libri Sapientiales) que contêm, sobretudo, sentenças morais do antigo Israel - Provérbios, Jó, Qohélet (Eclesiastes), Sirácida (Eclesiástico), Cântico dos Cânticos, Sabedoria. Estas orações estão recheadas de inspiração e sabedoria antigas, de experiências de vida e da História dos povos. Analisam o comportamento humano, as opções éticas e as suas consequências, e a procura do sentido da vida e da morte para cada um de nós e enquanto sociedade.

Vários temas são abordados nestes Salmos como a justiça / injustiça; pecador / justo; sensatez / insensatez; mal / bem; fidelidade / infidelidade; a honra ou a falta dela, a virtude que existe na prudência no falar, no ser justo, no saber ser rico. A existência de Deus nunca é questionada. Ele é Criador, Senhor, Juiz, Sábio.

Os Salmos Sapienciais também são entendidos como uma orientação para que cada um possa meditar sobre as questões do seu dia a dia e dos mistérios da vida. O Salmista serve-se das experiências, próprias e alheias, para discernir o caminho a tomar com base nos princípios morais corretos. Baseiam-se no pressuposto de que o que fazemos neste mundo, pagamos nesta vida. O estilo sapiencial aparece nos Sl 1; 14; 34; 36; 37; 39; 49; 53; 73; 74.

O Livro dos Salmos

A Alegria e Felicidade dos Justos em Comunhão com Deus

Os Salmos são poemas-orações dirigidos a Deus, sendo a forma privilegiada de nos dirigirmos e falarmos com Ele. Retratando o homem comum, com as suas falhas, inseguranças, medos e esperanças, ainda hoje nos podemos identificar com o Salmista e inspirarmo-nos nos Salmos para fazer orações e súplicas a Deus em tempos de angústia ou expressar a nossa gratidão por alguma benção recebida.

Os Salmos, apesar de escritos na Antiguidade ainda hoje comovem, sensibilizam, despertam sentimentos, inspiram e encantam. Neles, podemos identificar angústias e alegrias, sentimentos profundamente humanos, louvores, suplicas, ensinamentos da reflexão da sabedoria espiritual e palavras proféticas.

Escritos para situações distintas, alguns Salmos são intimistas, revelando a relação pessoal do autor com Deus; outros apresentam orientações e conselhos para a vida, outros são composições para eventos litúrgicos específicos, como rituais e peregrinações.

O Livro dos Salmos é composto por uma coleção de 150 textos poéticos e está dividido em cinco partes, denominadas Livros ou Livretes Sálmicos. Cada Livro é encerrado com breves hinos de louvor a Deus. A divisão em cinco partes era considerada como tendo correspondência com os cinco livros de Moisés e presume-se que cada passagem do Pentateuco (cinco primeiros livros da Bíblia, chamado Torá pelos Judeus), era lida em paralelo com o Salmo que lhe correspondia. As suas formas principais são lamentação, súplica, louvor e gratidão.

O Poder da Oração no Diálogo com o Divino

Os Salmos elevam os nossos pensamentos até ao Divino e a oração é o poder da palavra. A oração é a linguagem da fé. Qualquer pensamento, palavra ou imagem dirigido a Deus chama-se oração. É através dela que entramos em contacto com o nosso Deus interior e, por isso, é tão poderosa na transformação da vida. A oração pode produzir milagres, transformar o sonho em realidade, dá-nos a esperança da mudança, da harmonia e da paz connosco e com o mundo.

Cada Salmo tem uma intenção que nos ajuda a meditar e a caminhar ao lado do nosso Deus. Para muitos teólogos, o Livro de Salmos tem um tom profético ou messiânico pois os seus versos referem-se à vinda de Cristo até ao mundo dos homens para os guiar através da incerteza e das dúvidas da existência Humana. 

A oração tem o poder de nos ligar ao Universo Espiritual de modo pleno, honesto, sincero, consciente, com o propósito de autoproteção espiritual, proteção da família e daqueles que nos são queridos, para ter paz mental, espiritual e física, para obter prosperidade e êxito, proteger a saúde e as relações, afastar as energias negativas e, sobretudo, para nos ligar a algo maior do que nós. Desta paz, resulta bem estar, esperança e bondade perante todos e todas as coisas. 

A pode mudar a nossa vida. Dá-nos tranquilidade e força espiritual para enfrentar os desafios. Ajuda-nos a meditar sobre a nossa missão de vida e a criar um ambiente equilibrado e saudável para nós e para aqueles que amamos. Quando orar, encha o seu coração de amor e determinação. Os Salmos irão guiá-lo por um caminho de paz e de comunhão com a energia superior.