Terceiro Livro dos Salmos - Salmos 73 a 89

[Nova versão Internacional] O Terceiro Livro dos Salmos abrange os SL 73 a 89. São, sobretudo, orações de súplica e hinos de esperança à justiça e bondade de Deus que protege o Salmista e toda a comunidade.

O Terceiro Livro dos Salmos abrange os SL 73 a 89. São, sobretudo, orações de súplica e hinos de ação de graças a Deus. A linguagem dos Salmos é simples e acessível. Através de metáforas, paralelismos, repetições e outras técnicas de escrita, os autores do Livro dos Salmos retratam a essência mais básica das pessoas e dos povos, enquanto unidade coletiva. Na vida humana surgem uma série de experiências de sofrimento, perseguição, desespero, violência e injustiça. Estas, tal como descritas nos Salmos à centenas de anos, ainda hoje marcam os indivíduos e as sociedades, moldando-as. Por isso, os temas relatados no Terceiro Livro dos Salmos são intemporais e várias culturas rezam os Salmos com igual fé e devoção.

O Livros dos Salmos

O Livro dos Salmos é composto por uma coleção de 150 textos poéticos e está dividido em cinco partes, denominadas Livros ou Livretes Sálmicos. Cada Livro é encerrado com breves hinos de louvor a Deus. A divisão em cinco partes era considerada como tendo correspondência com os cinco livros de Moisés e presume-se que cada passagem do Pentateuco (cinco primeiros livros da Bíblia, chamado Torá pelos Judeus), era lida em paralelo com o Salmo que lhe correspondia. As suas formas principais são lamentação, súplica, louvor e gratidão. Os cinco Livros são:

O nome de Salmos, dado aos cento e cinquenta cânticos litúrgicos, deriva do grego Psalmoi e foi cunhado para a tradução grega no séc. III a. C.. Antes disso, pode ter tido outros nomes em hebraico como Mizmorot, termo que significa "Cânticos". O título de de Tefillot, "Orações" poderia igualmente ter andado em uso. Tehillim, que significa "Louvores", foi o nome que acabou por se impor na Bíblia Hebraica.

A Palavra de Deus e Justiça entre os Homens de Paz

A reação das vítimas pode desencadear a violência da vingança e da agressão, perpetuando a cadeia do mal. O sofrimento provocado pela brutal experiência do mal (a perseguição do inimigo, a ameaça mortal da doença, a fragilidade da vida que se aproxima da morte, a desordem interior e relacional do pecado…) é o contexto para o crente/ salmista gritar por Deus, pedir socorro, compaixão, ajuda, perdão.

Da vulnerabilidade pessoal e dos povos, que experimenta o perigo da existência, nasce a transformação interior e a crença de que é possível renascer na confiança e na esperança da misericórdia de Deus. As súplicas que relatam violência e angústia são já um grito de libertação, um pedido de socorro e uma promessa de um futuro melhor na bondade de Deus.

O Terceiro Livro dos Salmos

Os temas dos títulos do Terceiro Livro dos Salmos são, sobretudo, uma glorificação dos predicados de Deus. Deus, na sua infinita sabedoria, é o garante da justiça entre os deuses e na Terra, entre os Homens.

O Salmista recorre a Deus para limpar as suas mágoas e pedir castigo contra os ímpios e os inimigos pessoais e coletivos. A cidade de Jerusalém é glorificada e o templo que acolhe o espírito de Deus proclamado o palácio dos palácios.

Deus é misericórdia e verdade; a perfeição do mundo humano é paz e justiça. O ideal é encontrarem-se e funcionarem juntas em perfeita harmonia. No mundo hebraico nada se sobrepunha ao conceito de justiça. "A misericórdia e a verdade vão-se encontrar, vão-se beijar a paz e a justiça." (SL 85).

  • Salmo 73 - Retribuição do Mal e do Bem
  • Salmo 74 - Oração pela Libertação do Povo
  • Salmo 75 - Deus, Juiz dos Povos e do Mundo
  • Salmo 76 - Cântico Triunfal de Jerusalém
  • Salmo 77 - Meditação sobre o Passado
  • Salmo 78 - Os Prodígios de Deus e o seu Povo
  • Salmo 79 - Destruição de Jerusalém
  • Salmo 80 - Oração pela Restauração de Israel
  • Salmo 81 - Aliança Eterna de Deus e o Povo Escolhido
  • Salmo 82 - Deus, Juiz Supremo na Assembleia Divina
  • Salmo 83 - Os Inimigos do Povo de Deus
  • Salmo 84 - Saudades da Casa de Deus
  • Salmo 85 - A Salvação está Perto: a Justiça de Deus
  • Salmo 86 - Oração do Humilde a Deus
  • Salmo 87 - A Glória de Sião
  • Salmo 88 - Oração no Meio do Sofrimento
  • Salmo 89 - Aliança Messiânica e Celebração de Deus

Quem Escreveu os Salmos?

A primeira coleção de Salmos, a mais antiga, é atribuída ao rei Davi (Salmos 3 a 41), antepassado de Jesus Cristo e governante mais carismático da nação de Israel. Outra coleção atribuída a este autor é constituída pelos Salmos 51 a 72, data em que se iniciou o exílio. 

Os Salmos 42 a 49 são atribuídos aos filhos de Coré, levitas que serviam no templo e relatam a peregrinação, as derrotas. Na sua maioria, são anteriores à destruição de Jerusalém. O rei Salomão será o autor de, pelo menos, dois Salmos.

Os Salmos 73 a 83 são atribuídos aos filhos de Asaf, pai de Joá, e personagem citada na Bíblia do Antigo Testamento, sendo anteriores ao exílio. O Salmo 50, atribuído a Asaf, une-se à coleção davídica 3 a 41. Ainda assim, a autoria de muitos Salmos permanece desconhecida.

A Alegria de Viver em Comunhão com a Lei de Deus

Os Salmos são poemas-orações dirigidos a Deus, sendo a forma privilegiada de nos dirigirmos e falarmos com Ele. Retratando o homem comum, com as suas falhas, inseguranças, medos e esperanças, ainda hoje nos podemos identificar com o Salmista e inspirarmo-nos nos Salmos para fazer orações e súplicas a Deus em tempos de angústia ou expressar a nossa gratidão por alguma benção recebida.

Os Salmos, apesar de escritos na Antiguidade ainda hoje comovem, sensibilizam, despertam sentimentos, inspiram e encantam. Neles, podemos identificar angústias e alegrias, sentimentos profundamente humanos, louvores, suplicas, ensinamentos da reflexão da sabedoria espiritual e palavras proféticas.

Escritos para situações distintas, alguns Salmos são intimistas, revelando a relação pessoal do autor com Deus; outros apresentam orientações e conselhos para a vida, outros são composições para eventos litúrgicos específicos, como rituais e peregrinações.

O Poder da Oração

Os Salmos elevam os nossos pensamentos até ao Divino e a oração é o poder da palavra. A oração é a linguagem da fé. Qualquer pensamento, palavra ou imagem dirigido a Deus chama-se oração. É através dela que entramos em contacto com o nosso Deus interior e, por isso, é tão poderosa na transformação da vida. A oração pode produzir milagres, transformar o sonho em realidade, dá-nos a esperança da mudança, da harmonia e da paz connosco e com o mundo.

Cada Salmo, e o Terceiro Livro dos Salmos reflete bem estes princípios, tem uma intenção que nos ajuda a meditar e a caminhar ao lado do nosso Deus. Para muitos teólogos, o Livro de Salmos tem um tom profético ou messiânico pois os seus versos referem-se à vinda de Cristo até ao mundo dos homens para os guiar através da incerteza e das dúvidas da existência Humana. 

A oração tem o poder de nos ligar ao Universo Espiritual de modo pleno, honesto, sincero, consciente, com o propósito de autoproteção espiritual, proteção da família e daqueles que nos são queridos, para ter paz mental, espiritual e física, para obter prosperidade e êxito, proteger a saúde e as relações, afastar as energias negativas e, sobretudo, para nos ligar a algo maior do que nós. Desta paz, resulta bem estar, esperança e bondade perante todos e todas as coisas. 

A pode mudar a nossa vida. Dá-nos tranquilidade e força espiritual para enfrentar os desafios. Ajuda-nos a meditar sobre a nossa missão de vida e a criar um ambiente equilibrado e saudável para nós e para aqueles que amamos. Quando orar, encha o seu coração de amor e determinação. Os Salmos irão guiá-lo por um caminho de paz e de comunhão com a energia superior.

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